Alfonso
— Alfonso! — Selene gritou enquanto corria na minha direção.
Eu tinha acabado de ligar para ela, não foi? Como ela chegou aqui tão rápido?
Olhando para o relógio, percebi que quatro horas tinha de alguma forma se passado. Tinha passado algum tempo depois... depois que tinha acontecido, para eu ligar para ela. Ela era a única pessoa que eu conhecia que Any mais precisava.
— Já disseram alguma coisa? Sabemos alguma coisa? Não conseguimos um voo de imediato e eles continuaram dizendo que ela estava em estado crítico. E...
— Respire. — um adolescente, cerca de dezessete ou dezoito anos, disse. Ele tinha uma pele marrom escura e olhos negros. Ele colocou a mão em suas costas e esfregou-a suavemente. Eu não o tinha notado até agora.
— Tenho certeza que ela está bem...
— Ela levou um tiro! Ela não está bem! Eu não entendo! — eu chorei.
Nunca em toda a minha vida tinha me sentido tão inútil como eu estava hoje. Eu estava falhando com tudo e todos.
— Eu não ouvi nada ainda. — eu disse a ela, o que só a fez chorar mais.
Nas quatro horas que se passaram, eu não tinha ouvido nada.
— Selene?
Ela se afastou, enxugando os olhos e se virou para uma mulher mais velha preocupada, que estava caminhando na nossa direção com o auxílio de uma bengala. Ela era baixa, com cabelos brancos e pele enrugada. Apesar de ela ser duas gerações acima, não havia dúvida a semelhança. Esta era a avó Portilla.
— Nenhuma palavra ainda. — disse Selene e a mulher olhou para mim. — Vovó este é Alfonso Herrera. Ele não é apenas o advogado do pai...
— Selene, está tudo bem. É bom finalmente conhecer você, Sra.
Eu estendi minha mão para ela, mas ela só olhava para ela e, em seguida, de volta para mim.
— Então você é quem está namorando a minha neta?
— Nã... — eu comecei, mas Selene me deu uma cotovelada.
— Sim. Sim, sou eu.
Eu não podia negar o quão bom parecia dizer isso em voz alta.
Ela assentiu com a cabeça, finalmente, apertando a minha mão e se sentando.
— Posso pegar alguma coisa?— Não se incomode comigo, meu filho, sente-se. — disse ela enquanto ela respirou fundo. — Você viu tudo? Você estava lá.
Eu não queria falar sobre isso. Eu estava tentando bloquear essa imagem. Eu não respondi.
— Você pegou este caso por ela?
— Sim. — eu disse a ela. Não havia nenhum ponto em mentir agora. — Mas ela me fez acreditar no caso.
Ela sorriu. — Sim. Ela é uma apaixonada.
— Eu sei.
— Você pegou o caso por ela? Então, ela levou um tiro por você?
Sentei, piscando quando eu pensei sobre isso. Ela no chão, olhando para mim, tentando falar, mas antes que ela pudesse seus olhos se fecharam. Eu pensei que ela tinha morrido. Bem na minha frente, com a minha mão em seu estômago, tentando parar o sangramento. Eu pensei que ela tinha morrido, e eu queria morrer ao lado dela.
Não.
Fungando, eu limpei o canto do meu olho e sentei na minha cadeira.
— Eu não quero castigar você, Any faz o que ela quer. Não foi culpa sua. Mas quando ela acordar, é melhor você colocar algum juízo na cabeça dela. — ela fez uma pausa e colocou a mão sobre a boca, e eu levei a outra na minha mão. — É melhor você dizer que ela não pode sair por aí pulando na frente de uma bala só porque ela está apaixonada por alguém. Gostaria de gritar com ela eu mesmo, mas eu sei que vou acabar chorando na frente dela.
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Black Rainbow
RomanceDepois de uma aventura erótica de uma semana com um músico que ela encontrou em um bar, Anahi Portilla nunca esperava ver Alfonso Herrera novamente. Então, na manhã de segunda-feira, ela descobre que seu caso de uma semana não é apenas seu professor...