Capítulo trinta e dois

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Alfonso

Eu não sabia como ter essa conversa, mas eu precisava lhe contar a verdade. Parecia que todo o mundo dela tinha acabado de ser desintegrado ao redor dela... como eu poderia acrescentar à sua dor.

Mas se eu não disser nada...

- Eu preciso te dizer uma coisa. - eu comecei.

Quando ela olhou para mim, seu rosto estava cheio de confiança, de esperança, e eu queria parar de falar. Eu não queria dizer isso, mas eu tinha que fazer.

- Savannah Álvarez era amiga da minha mãe, e ela também era a mãe da minha ex-mulher.

Lá estava, a confiança desapareceu bem na frente dos meus olhos, e tudo que eu podia ver, era raiva.

- Anahi... - estendi a mão para ela, mas ela bateu na minha mão e se levantou.

- Por que... por que você não disse nada? Eu lhe contei meses atrás! Por que você não disse nada?

- Eu não sabia o que dizer...

- Que tal 'Anahi por anos eu pensei que seu pai tinha assassinado a mãe da minha esposa!' - ela gritou comigo. - Por que eu estou usando pretérito? Você provavelmente nunca acreditou em mim desde o início.

- Isso não é verdade!

- Por que outra razão você não me disse? Por que mais você nunca trouxe à tona, quando eu falei sobre o caso dele o tempo todo? Você nunca acreditou realmente que eu poderia tirá-lo de lá. Ele morreria na prisão, e eu nunca saberia disso.

- Eu não disse a você, porque não importa para mim! Eu te amo, eu quero que você fique, e eu não quero que você use isso como uma desculpa para fugir.

- Você me ama e não quer que eu fuja? Ou será que você não sabia o que dizer? Qual é a verdade? Ou será que você dizia coisas bonitas, sem pensar sobre o que elas realmente significavam?!

- Eu estou dizendo a você, porque eu vou ajudá-la. Eu quero ajudá-la.

- Não se incomode. Qualquer pessoa que esconde a verdade de mim, a fim de me manter ao seu lado não é alguém com quem eu quero estar.

Ela se virou para a porta, mas eu a agarrei.

- Any...

- Solte-me! - ela gritou e se contorceu.

Eu não pude.

- Não faça isso, por favor. Eu estava errado em não lhe dizer, eu sei disso. Mas nós não vamos fugir um do outro...

- Não há nós. Se envolver com você foi uma má ideia, eu sabia que eu deveria ter me retirado da sua vida. Eu não posso confiar em você, então me solta Alfonso, ou eu vou gritar até que alguém chame a polícia.

Ela arrancou seu braço da minha mão, nem mesmo se preocupando em pegar seu casaco antes de bater a porta em seu caminho para fora. Um momento depois, os gritos de Luna ecoaram pela casa, espelhando a minha própria dor interna e frustrações.

- Eu te odeio. - disse Tristan, vestido com calças de moletom e casaco do Red Sox.

Eu o ignorei e entreguei Luna de volta a Maite.

- Onde está a Anahi? - ela perguntou, olhando ao redor.

- Ela me deixou.

Seus olhos se arregalaram enquanto ela esfregava as costas de Luna. - Vou colocá-la no quarto de hóspedes.

Balançando a cabeça, eu a deixei ir, antes de levar Tristan em minha sala de estar, passando por cima de todas as caixas.

- O que é tudo isso? - disse ele, com muito menos raiva em sua voz.

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