Cap. 10 - Sou Sua

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Pov Camila Cabello

Na sexta à tarde, demorei mais tempo que o normal para me arrumar. Sempre gostei da universidade. Ela me dava coisas nas quais me
concentrar quando me sentia instável. Mas, atualmente, eu com certeza não estava muito ansiosa para estudar.

A porta do escritório de Lauren estava aberta quando apareci sem avisar. Fizemos contato visual e ela apontou com a mão que não
segurava o celular para uma cadeira à frente dela, do outro lado de sua mesa. Escutei uma parte de sua conversa enquanto observava o
escritório.

─ Sim. Estarei lá.

Ela ouviu e, então, revirou o olhar.

─ Preferiria que não fizesse isso.

Havia uma mulher do outro lado da linha. Podia ouvir o tom de voz dela mesmo que não conseguisse decifrar o que dizia.

Tentei agir como se não estivesse prestando atenção, verificando a arte na parede e os livros na prateleira, mas definitivamente estava ouvindo.

─ Ellen Werman e eu não seremos um casal, independentemente da mesa em que colocá-la.

Pausa.

─ Porque eu tenho pênis e Ellen não se importa com isso, mãe.

Pausa.

─ Ok. Preciso ir agora. Tem uma pessoa aqui no escritório. Te vejo depois.

Após desligar, Lauren bufou e jogou o celular na mesa.

─ É só do seu pênis que Ellen não gosta, ou de pênis em geral?

Ela sorriu brincalhona.

─ Ellen é lésbica desde a oitava série. Embora eu seja mulher, ela odeia pênis. Minha mãe é a única pessoa no planeta que ainda não entendeu. É a filha do sócio do meu pai. Somos bons amigos, mas minha mãe vem tentando nos casar pelos últimos trinta e dois anos. Ela me ligou quatro vezes para falar sobre o mapa de mesas de algum evento de caridade que meus pais oferecem todo ano e é daqui a dois meses. Eu deveria ter lhe dito que mal podia esperar para me sentar ao lado de Ellen e deixar assim mesmo. ─ Seu celular começou a vibrar de novo, e ela ignorou a chamada. ─ Você tem plantão esta tarde? Pensei que fosse às quintas.

─ E é. Só queria passar aqui e lhe dizer que, se a oferta ainda estiver de pé, realmente gostaria que você assumisse o papel de minha orientadora.

Lauren se recostou na cadeira.

─ Já era hora. Eu estava começando a pensar que iria me recusar.

Era mais porque não queria parecer desesperada.

─ Bom ─ zombei. ─ Realmente tive que pensar nas minhas outras ofertas.

─ É mesmo? Então acho que deveria me considerar uma mulher de sorte.

Sorri.
─ Acho que sim.

─ Por que não me manda um e-mail com o que fez até agora? Vou dar uma olhada e podemos sentar e verificar tudo em um dia na semana que vem.

─ Ok. ─ Tirei meu iPhone da bolsa. ─ Qual é o seu e-mail?

Ela deslizou seu celular para mim na mesa.

─ Coloque seu número aí. Vou te mandar mensagem com meu contato para você salvar.

Depois de trocarmos alguns detalhes, vi a hora no celular.

─ Preciso correr.

Lauren olhou desconfiada.

CAMREN: Encontre Uma Moeda (G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora