Capítulo 19: So What

161 26 440
                                    

07 de Março de 2020

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

07 de Março de 2020.

Uma das coisas mais maravilhosas que podem ocorrer a uma pessoa é realizar seus sonhos. Independente de ser algo relacionado a vida profissional, pessoal ou familiar, não importa. Realizar um sonho é sempre recompensador.

Em contrapartida, uma das coisas mais desagradáveis que podem nos ocorrer é ter de lidar com pessoas que pisam nesses sonhos – desdenham, ridicularizam, ou tentam nos fazer acreditar que este sonho não irá se concretizar – e isso é ainda pior quando tal atitude parte de alguém próximo.

Pior do que tudo isso, é ouvir alguém cujos sonhos você apoiou – e contribuiu para que se tornassem realidade – tentando lhe fazer acreditar que os seus não são tão importantes quanto os dele. E era exatamente nesta situação que Kuukaku Shiba encontrava-se naquele momento.

Aquela não era a primeira vez que ela e o marido brigavam ao telefone, aquilo estava sendo recorrente nos últimos dois anos, desde que ele havia ido fazer um pós-doutorado em Tóquio e decidido abrir uma clínica por lá.

– Eu já lhe disse que se é tão importante para você gerir um bar, que compre um aqui – dizia o homem ao telefone, com o tom de voz controlado, mas autoritário. – Acho que está desperdiçando sua educação com um trabalho tão ordinário, mas se é disso que gosta, pode muito bem fazê-lo em Tóquio.

– Ordinário?! – exclamou Kuukaku incrédula. – Sem os lucros do meu trabalho "ordinário" você jamais conseguiria pagar o aluguel da clínica!

– Não disse que seu negócio não é lucrativo, só não o acho digno de você – respondeu ele, mantendo o controle da voz. – O bar dá lucros porque é uma excelente administradora, o que só reforça meu argumento de que deveria se dedicar a algo mais respeitável. Você poderia muito bem gerenciar a clínica se quisesse, ou abrir uma boutique em Ginza...

– Boutique? Gerenciar a SUA clínica? – questionou exasperada. – Esse bar é a realização de todos os meus sonhos, de tudo pelo que trabalhei durante toda a minha juventude, e você quer que eu largue tudo e vá para Tóquio viver em função de você? Sem falar que eu administro as fábricas da minha família aqui em Okinawa e em Taiwan, e é muito mais fácil fazer isso estando por perto.

– Não sei porque insiste tanto em romantizar essa questão. – Suspirou do outro lado da linha. – Você me ajudou investindo na clínica, agora ela está dando lucros, e você é minha esposa, qual o sentido de continuar em Okinawa quando tudo está dando certo e podemos viver tão bem aqui?

– Mais que merda, Ryuuken! – bradou a mulher. – Eu não estou romantizando porra nenhuma, esse aqui é o meu trabalho, meu sonho, eu apoiei você nos seus e agora você quer que eu simplesmente largue tudo e me contente em ser a esposa do Dr Ishida?

– E o que você esperava que fosse acontecer? – berrou o homem, perdendo a compostura. – Achou que ia me "apoiar" e viveríamos felizes para sempre a mais de dois mil quilômetros de distância? Que tipo de esposa é você? Em que universo essa linha de raciocínio é válida?

University of SeireiteiOnde histórias criam vida. Descubra agora