Uma pequena ilha no arquipélago de Okinawa é o cenário da história de um grupo de universitários conhecidos como "Vizards".
Reunidos novamente após dois de seus companheiros retornarem do exterior, eles enfrentam uma jornada de amadurecimento, lidan...
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Terça-feira, 17 de março de 2020
Dizem que um raio não cai duas vezes no mesmo lugar, e é claro que isso não passa de uma mentira deslavada. Mas, da mesma forma que alguém pode se sentir terrivelmente azarado por ser atingido duas vezes, também é possível sentir-se sortudo e abençoado ao receber uma segunda chance.
Imagine um cenário onde você é o raio — completamente ignorante sobre seu próprio potencial nocivo — e, num belo dia, acerta a pessoa mais importante da sua vida. Ninguém te prepara para essa sensação. Fracasso, culpa, vergonha, é tudo uma grande merda. Contudo, se um milagre ocorre e, de alguma forma, você é perdoado, um novo sentimento toma conta.
E se em vez de torrar a pessoa que ama, você pudesse eletrificar a vida dela de uma maneira positiva? Shinji achava que esse seria o cenário ideal, estava feliz por ter recebido uma segunda chance, e daria tudo de si para torná-lo realidade.
Ele havia demonstrado suas intenções a Hiyori às cinco da manhã de domingo — não era a primeira vez que tentava fazê-lo — numa postura um pouco mais assertiva, da única forma que ela compreenderia: direto ao ponto, sem espaço para interpretações errôneas.
O segundo passo seria dado hoje, mas naquele momento, ele tinha uma missão a cumprir, e devia focar sua atenção em outra pessoa: Rose.
O loiro de cabelos ondulados tinha acabado de chegar em casa, faltando vinte minutos para as 19h, parecendo um tanto cabisbaixo.
— Tadaima — disse Rose, ao entrar na sala.
— Okaeri — respondeu Shinji, que estava sentado no tapete, junto a mesa baixa, com um livro nas mãos. — Por que esse desânimo todo? É seu aniversário!
— Pelo menos alguém lembrou. — Suspirou. — Love mandou uma mensagem dizendo que ia sair com a Kiyone depois do treino...
— Não te deu nem parabéns? — Shinji questionou, arqueando uma sobrancelha.
— Não. — Fez uma pausa, enquanto colocava a bolsa no chão. — Essa é a parte chata de fazer aniversário numa terça, não tem festa e todo mundo age como se não fosse nada.
— Tá chateado porque Love é seu melhor amigo e esqueceu, né? Mas aposto que o pessoal da sua divisão fez questão de te cumprimentar.
— Fizeram sim, Kira é bem caxias e não os deixaria esquecer — comentou rindo. — Lisa me mandou uma daquelas mensagens prontas de aniversário, Mashiro me deu um abraço e uma bala de menta na hora do almoço e o Ikkaku sequer respondeu minhas mensagens hoje.
— Humm, Ikkaku — gesticulou de forma debochada. — Tá ficando sério o negócio, hein? Até pouco tempo atrás era Madarame-San, e vocês mal se falavam...
— Não é nada sério, a gente ficou e costumamos conversar por mensagem — disse Rose, sentando-se no sofá.
