Segunda-feira, 02 de março de 2020
Mashiro, assim como muitas pessoas, odiava a segunda-feira. Preguiçosa por natureza, só se levantava após Lisa tomar-lhe as cobertas, e ameaçar deixá-la para trás.
Por serem veteranas, suas atividades já haviam sido retomadas há quase duas semanas, e como estavam no segundo – e último – ano do mestrado, de segunda a sexta, a vida se resumia a: aulas teóricas, aulas práticas, atividades de laboratório, produção de artigos referentes as suas áreas de pesquisa, bem como a participação em incontáveis eventos promovidos por seus respectivos cursos.
Uma vez desperta, seu cérebro só passava a funcionar corretamente depois que se alimentasse. Os bolinhos de arroz que Kensei havia lhe dado no sábado a noite estavam quase acabando – restavam apenas três – devidamente embalados e conservados na geladeira. Mashiro havia ficado radiante com o presente, pois nada poderia lhe fazer mais feliz do que ganhar comida.
Mesmo tendo sido pega de surpresa com a atitude de Kensei no sábado a tarde e ficado realmente chateada com isso, sentiu muita sinceridade em seus olhos quando ele veio se desculpar a noite, e como ela não era o tipo de pessoa que guardava rancor, não teve dificuldades em perdoá-lo.
Saboreou cada um dos bolinhos, e ficou triste quando acabaram. Certamente comeria mais alguns de almoço, no restaurante universitário. Nada na vida era melhor que bolinhos de arroz, ou talvez pãezinhos empatassem com eles, mas não pensaria seriamente sobre o assunto. Agora estava preocupada com o café da manhã, já que três bolinhos não eram o bastante para lhe tirar a fome matinal.
Mashiro não era do tipo que pensava seriamente sobre as coisas da vida, gostava de sentir, se conectar, e jamais perderia tempo racionalizando coisas banais. Gostava da aventura de se sentir viva, comer coisas saborosas e dormir bastante.
A única área da vida em que ela se dava ao trabalho de ter foco era a da pesquisa acadêmica, pois esta era impulsionada por sua curiosidade e profundo interesse em química. Mashiro havia sido uma excelente estudante de química ao longo de toda a graduação, e agora, no mestrado, dedicava-se na seleção e no estudo químico de espécies vegetais – em sua maioria nativas das ilhas de Okinawa – visando à descoberta de novas moléculas bioativas candidatas ao desenvolvimento de novos fármacos.
Vestiu uma blusinha tão verde quanto seus cabelos, calça jeans de lavagem clara, seu par de vans e nenhum sutiã. Mashiro odiava sutiãs com todas as forças, e como passaria a maior parte do dia no laboratório – com seu jaleco branco – não seria incomodada por nenhum enxerido que se incomodasse com seus "faróis acesos".
Mashiro e Lisa saíram do AP às sete da manhã, e estranharam a ausência de Hiyori no sofá da sala. Foram até a padaria de Hachi tomar café, e de lá iriam para a universidade na scooter da morena, pois suas atividades se iniciavam às oito.
– Bom dia Hachi – disse Mashiro, aproximando-se do balcão, dando um beijo no rosto do homem de cabelos cor-de-rosa.
– Bom dia – respondeu Hachi. – Vão querer o mesmo de sempre?
VOCÊ ESTÁ LENDO
University of Seireitei
FanficUma pequena ilha no arquipélago de Okinawa é o cenário da história de um grupo de universitários conhecidos como "Vizards". Reunidos novamente após dois de seus companheiros retornarem do exterior, eles enfrentam uma jornada de amadurecimento, lidan...