Capítulo 14: Shadow

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Terça-feira, 03 de março de 2020

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Terça-feira, 03 de março de 2020

Poucas coisas na vida são mais irritantes do que ser interrompido quando se está concentrado em uma tarefa.

Embora tivesse o temperamento difícil, Mayuri dificilmente perdia o foco quando estava concentrado em seu trabalho. Quando ouviu batidas na porta de sua sala, pouco depois das quatro da tarde, ele não hesitou em responder um "pode entrar" com seu usual tom aborrecido. Sabia exatamente de quem se tratava, pois Nemu havia lhe avisado que Mashiro Kuna iria até ali para buscar um pote da tinta de cabelo, a qual ele mesmo fabricava, e que ela havia encomendado há alguns dias.

Ouviu o som da porta se abrindo e os passos da garota, que após entrar, anunciou o já conhecido motivo da visita:

– Eu vim pegar a tinta de cabelo.

Mayuri não respondeu de imediato, estava ocupado fazendo uma comparação de dados, e precisava de mais cinco minutos para concluí-la. Bons modos, gentileza ou cordialidade nunca foram o seu forte, não tinha tempo nem paciência para tais trivialidades. Quando terminou sua tarefa, abriu a segunda gaveta que havia em sua mesa, pegando a bendita tinta, e virando-se finalmente para Mashiro.

– Céus, o que houve com você? – questionou ao constatar que a garota estava com os olhos marejados, nariz vermelho e rosto inchado.

– Nada – respondeu Mashiro.

Mayuri sabia que ninguém ficava com a cara daquele jeito por "nada". Ainda que não desse a mínima para o motivo, era desagradável olhar para um rosto tão horrivelmente úmido e inchado. Demonstrações de fraqueza – especialmente lágrimas – lhe incomodavam muito. Colocou o pote de tinta sobre a mesa, pegou uma caixa de lenços na segunda gaveta, entregando-a para Mashiro em seguida.

– Obrigada – agradeceu, após secar os olhos e o nariz.

No entanto, a cara dela continuava terrível. Como último recurso, Mayuri abriu sua terceira gaveta e pegou uma caixa de doces – um trunfo que ele possuía para conter a afilhada quando ela aparecia em sua sala – e considerando o jeito infantil de Mashiro, era bem provável que funcionasse.

– Não me agradeça, sua cara continua péssima – disse Mayuri, estendendo a caixa de doces na direção dela. – Toma.

– Por que está me dando isso? – perguntou Mashiro, com uma expressão confusa.

– Funciona com Yachiru – respondeu Mayuri dando de ombros. – Mas, se você não quer...

– Me dá isso aqui – disse Mashiro, tomando a caixa das mãos dele e pegando alguns doces para si.

Mayuri achou graça da atitude dela. No fim, a colega de laboratório de Nemu não era tão diferente de uma criança de sete anos.

– Não passei no banco hoje, posso transferir o dinheiro para a conta da Nemu? – Mashiro perguntou.

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