MENTE DE BLAKE WYLIE
Abri meus olhos em um novo lugar. O céu está com buracos em chamas ao invés do azul profundo que eu estou familiarizado. A superfície dura em que eu estou deitado está tão gélida que parece até impossível com esse céu.
Levantei e olhei ao redor. O mundo que eu conhecia está destruído. A Londres que eu me lembrava está agora em ruínas.
No lugar das nuvens há fumaça e no lugar das árvores há fogo. O verdadeiro apocalipse.
Comecei a caminhar em busca de uma alma viva, mas não encontrei nada mais que poeira e carcaças de carros.
O Big Ben está pela metade e o resto dele está destruído no chão a minha frente.
Sentei na calçada e fiquei parado observando o resto do que parece ser o mundo. O silêncio é tão forte que eu consigo escutar meu coração bater sem nem tentar.— é triste, não é?
Olhei para cima e vi Penélope se aproximando. Ela está toda de preto, luvas, blusa de gola alta. A única parte do corpo dela visível é o rosto moreno angelical. O cabelo dela está preso num rabo de cavalo. Os cachos parece protegê-la. Os olhos pretos me seguem como uma águia.
Ela estendeu a mão e eu segurei. Fiquei de pé e fui guiado por ela no meio do caos.— para onde você está me levando? — eu perguntei.
— para o funeral.
Penélope continuou me puxando, desviando dos destroços no nosso caminho.
Um funeral nesse lugar? Metade de Londres deve estar morta agora, vai faltar covas.
— quem morreu?
Ela parou e olhou para mim. Tão profundo que provavelmente viu minha alma.
Penélope soltou minha mão e apontou para uma lápide há alguns passos. Quando me aproximei li o nome escrito em uma fonte grande. Mikhael "Mike" Duff.
Eu perdi o ar, é impossível Mike está morto... Ele não pode estar!
Olhei para minha irmã e o olhar dela é sereno, como ela pode estar tranquila? Mike era o namorado dela.— quem mais morreu? — indaguei aos prantos.
— essa é uma pergunta difícil — ela começou a pensar — quem mais você assassinou ou quem morreu por sua causa?
Afastei um passo. Eu matei Mike? Impossível. Eu nunca machucaria alguém que ela amasse, ainda mais Mike, o meu amigo.
— pois, maninho, eu te mostrarei todos que te protegerem — ela se aproximou e segurou minha cabeça — Mike, no dia de ação de graças na Escócia, 1265. Você deveria estar comigo, mas você estava matando.
Eu não sei o que Penélope fez, mas eu vi claramente o dia sobre o qual ela está falando. Como um filme tudo se repetiu em minha cabeça. Eu matei duas garotas, irmãs. Eu estava irritado por alguma coisa e Mike fez de tudo para me proteger.
— Kallie Eastey — ela continuou — Rússia, 1267. Ela é uma vadia, mas levou a culpa da morte do pai de um nobre... Por você. O conselho pegou pesado naquele dia.
Roan era o nome do nobre, ele tinha sete anos.
— Louise, pobre Louise — Penélope riu — quantas vezes foi mesmo que ela levou a culpa?
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Crônicas de Louise
FantasyEm revisão Louise é uma vampira vivendo numa cidade esquecida. Quando uma nova ameaça surge ela se ver obrigada a recorrer a uma ajuda que preferia evitar. No meio de conflitos, vingança e paranóia, Louise se ver perdida e sem esperança. Além das p...