13- nada para provar

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— você está bem. — Wendy falou quando eu entrei no chalé.

— não graças a você. — respondi.

— eu não podia por a vida dos meus em risco.

— ok, Wendy. — fui para o banheiro.

  Tomei um banho demorado e depois vesti uma roupa confortável, moletom não é muito minha cara mas é o que tem pra hoje.
Tomas trouxe Abraham, na verdade arrastou, para meu quarto e fechou a porta.

— temos um problema — Tomas falou — sua irmã não quer um Van Helsing aqui.

  O que? Como ela descobriu? Ela nem conheceu o Van Helsing original. De qualquer forma, não podemos chutar ele. É minha culpa, se não fosse Allison aqui na Espanha ele ainda estaria bem e humano.
Voltei para a sala com os dois na minha cola.

— Mike, Penélope e Blake... — comecei — Abraham Van Helsing é o nosso mais novo companheiro. Ele me salvou mais de uma vez e eu não vou deixá-lo na mão, até porque ele foi sequestrado e torturado assim como vocês.

— ele é Van Helsing. — Kallie Eastey rosnou com raiva.

  Eu respirei fundo e dei um soco na bochecha de Kallie. Todos ficaram paralisados, quem esperaria por isso?
Eu acabei de salvar ela mas parece que ela vai continuar sendo a oposição em qualquer oportunidade.

— você, garota estúpida, não faz parte do meu clã. Eu vim fazer um anúncio para a minha família e se você não gostou a porta de saída está logo atrás de você. — falei e Kallie Eastey olhou de relance para Wendy. Elas já são amiguinhas de novo? — Penélope, Mike e Blake peguem o que precisam e vamos embora. Essa casa me lembra minha mãe, Wendy pode ficar aqui porque você é egoísta igual a ela.

  Voltei para o quarto e arrumei minhas coisas, deixamos o chalé com Louise e os doces vampiros dela.
Não voltamos para nossa casa, lá é muito arriscado. Penélope tem um apartamento no centro e ele será a nossa residência por enquanto.

  Eu me alimentei a tarde e ensinei a Abraham como que se faz se você não tem uma bolsa de sangue, mas sem humanos envolvidos porque ele é muito jovem ainda. Ele aprendeu rápido, mas vomitou as duas primeiras vezes que provou do sangue. Pensei que seria mais fácil pelo fato dele ter trabalhado no dagblod.

— você prometeu contar a história do surgimento dos vampiros. — Abraham lembrou. Eu prometi?

  Eu olhei para ele e vi a empolgação nos seus olhos, ele não vai sossegar até eu contar. Tomas entrou na sala e se sentou conosco, assim como Blake e Penélope.

— Mike? — perguntei a Penélope.

— está tentando falar com alguém vivo, pelo que parece quem recusou Allison foi morto por Dallas. — ela respondeu.

— não tem problema, ele já sabe a história de trás pra frente. — tomei uma dose do uísque de Penélope e procurei as palavras para começar os relatos — há muitos séculos no passado, em Trier, nasceu um garoto chamado Froy. Ele foi criado pelo pai com muita dureza, mas nunca deixou de ser um garoto bom.

— não existe bons garotos. — Blake interrompeu olhando para a parede sem piscar. Ignorei ele.

— Froy sofreu muito nas mãos do pai, mas nada era tão assustador para ele — continuei — até que um dia ele descobriu que foi o pai dele quem tirou a vida da sua mãe sem dó nem piedade. Froy caiu numa tristeza profunda e então desejou a morte do pai. Ele ficou tão enfurecido com a descoberta que acabou se deixando seduzir por uma proposta suja. Azazyel viu um momento de vantagem e ofereceu o que ele queria... Vingança e força.

Crônicas de Louise Onde histórias criam vida. Descubra agora