20- ossos no armário

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  A noite chegou calma, não parece que temos os piores planos para ela.

  Wendy e eu fomos para o lugar apontado por Rafael. Não temos a intenção de chegar escondidas, queremos que Allison Nikolaev saiba que estamos indo em direção a ela.
Sem esses híbridos será impossível ela ter outros sem nós, e o melhor é que ninguém jamais conseguiu nos capturar juntas.
Confesso que estar junto com Wendy me trás nostalgia de tempos que parecem ter sido em outra vida. Isso é calmante, mesmo eu odiando admitir.
Um hotel abandonado é onde um exército está se escondendo. Ótimo, eles vão dormir até chegarem no inferno.
Entramos no prédio. Wendy usou os poderes e bloqueou a porta com umas bugigangas, ela é muito boa controlando os poderes, bem melhor que eu. Isso foi graças ao treino com nosso avô, quem me treinava era o tio Steven e ele não tinha muita experiência.
Eu fui até a parede e arranquei um cano de aço. Em falta de um machado usamos o que temos aqui.

— pulguentos, onde estão vocês?! É aqui que vocês se escondem enquanto a híbrida do mau cuida dos vampiros? Vocês são a última opção, ela nunca gostou de lobisomens... Nunca gostou dela própria.

  Depois das provocações eles apareceram. Todos eles, centenas.

— eu não menti. — falei com um sorriso perverso.

— você vai morrer antes mesmo de perceber. — um deles falou.

— é só vim.

  Os híbridos nos atacaram. Eu arranquei a cabeça deles com o cano. Wendy é feroz, ninguém sobrevive a ela e o super controle com os poderes.
O híbrido tentou me atacar por trás, mas eu enfiei o cano no abdômen dele sem nem precisar olhar para ele.
É engraçado o quanto machucar é fácil, ainda mais para mim. A morte anda ao meu lado, mas ela nunca quis me abraçar.
A luta incessante ficou mais violenta, os híbridos não desistem. Abandonei o cano de aço e comecei a matar com minhas próprias mãos.
Um híbrido tentou me atacar, mas eu enfiei a mão no corpo dele e puxei a coluna dele até todas as vértebras saírem, ele caiu no chão feito geleia. Um deles estava indo atrás da minha irmã, mas com a coluna do outro eu acertei a cabeça dele. Uma mulher pulou em cima de mim, mas não evitou a morte dela. Eu a abracei e entrei em combustão espontânea, os gritos de dor dela foram assustadores para os outros híbridos.
Eu tirei o corpo carbonizado de cima de mim e peguei o casaco de um híbrido desacordado. Wendy terminou com o resto deles.

— eles não estão totalmente mortos. — minha irmã avisou.

— vão ficar. — falei e ela saiu do prédio.

  Fui até a montanha de híbridos sem cabeças e toquei neles, o fogo que saiu da minha mão os consumiram. Chamas vermelhas como o sol.

— o corpo de bombeiros desse lugar deve está pensando que essa cidade foi criada em cima do inferno, todos os dias um lugar explode. — Wendy comentou quando eu saí do prédio.

— muitos híbridos nos morderam. — eu disse — precisamos ir para um lugar vazio agora só para garantir que ninguém vai se machucar.

  Wendy concordou comigo, não podemos ficar expostas nesse momento de fraqueza.
Fomos para a costa onde não há pessoas, os humanos estão evitando sair de casa a noite, acho que eles sentem que há algo errado.
Wendy caiu de joelhos os olhos dela começaram a brilhar freneticamente. Eu escutei um osso quebrando, pensei estar louca mas logo em seguida escutei outro.

— o que é isso? — indaguei assustada.

— meus ossos estão quebrando... — Wendy respondeu arfando — eu não sei o que está acontecendo.

  Os ossos dela começaram a quebrar mais rápido, Wendy gritava como se fosse impossível suportar. Minha irmã se contorceu na areia de dor, nunca imaginei isso. Ossos quebram como se ela fosse virar um lobo, mas a forma dela não muda. E nunca vai mudar, nosso lado vampiro é muito mais forte, por isso os ossos dela apenas quebram.
Eu olhei para o mediterrâneo e uma lágrima escorreu. Wendy está há alguns passos atrás de mim gritando sem parar.
Uma dor atingiu todo o meu corpo, vou voltar para a etapa quase morte antes de incendiar. Eu vomitei sangue como antes e comecei ter novamente a hemorragia. Meus caninos cresceram em minha mandíbula e minha cabeça começou a doer forte, como se uma flecha estivesse atravessando ela.
A areia começou a se levantar em redemoinhos com dois metros de altura, o mínimo controle que eu tinha sobre meu poder acabou.
Virei para Wendy, ela está tendo uma convulsão.

Crônicas de Louise Onde histórias criam vida. Descubra agora