Capítulo 20: Universo Paralelo

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Sofrer é uma escolha?

Eu não sofreria se nada sentisse

Eu já acreditei estar vazia

Mas as lágrimas continuavam caindo

E eu me convencia

Do burburinho

Daquelas memórias desgastadas

Daquele que eu amava

Daquele quem era mesmo?

Acho que me esqueci

Me leve de volta pro começo

Onde as ilusões eram bonitas

Eu quero me esquecer de tudo

Mas não posso

Quem dera oh Deus

Você fosse apagado desse mundo

Mas nem a morte que é tão forte

Te faz desaparecer

Quem você é?

Um fantasma

Uma lembrança

Ou um câncer no cérebro?

Feche meus olhos

Eu não quero mais ver esse mundo


(Helena)


Então eu me lembro de um sonho estranho. Batia uma luz forte, num ambiente escuro. Parecia que a luz vinha de cima. Eu olhei ao redor e tudo estava envolto em um profundo breu, naquele lugar que parecia o interior de uma caverna. Sonhos podem ser confusos.

Havia um som de água pingando, e sem pensar muito eu fui andando naquela direção. Por não saber onde estava pisando o caminho irregular me fazia tropeçar e cair várias vezes pela trilha infinita em direção ao nada.

Até que finalmente caí num desfiladeiro.

Conseguia ouvir o som ensurdecedor da água numa correnteza abaixo de mim. É para onde eu estava indo agora.

Pensei ser noite, e a luz que vinha de cima ser o luar.

Eu estava sorrindo vagamente. Sorrindo na esperança de me afogar em tudo aquilo.

Mas, assim que mergulhei na água fria e inóspita, senti meus braços em torno de um travesseiro e soube que eu estava de volta.

Abri meus olhos lentamente. Enxerguei apenas uma parede de madeira atrás de mim.

Onde eu estaria?

Não me lembrava de conhecer nenhum lugar sequer parecido com aquele. Senti meu corpo pesado quando tentei me sentar do futon* (futon é uma espécie de colchão japonês usado para dormir no chão) em que dormia.

Havia uma música estranha no fundo, que eu não soube identificar. Um pano molhado caiu da minha testa. Que estranho não me lembro de ter tido febre. Não me lembro de nada depois de ir ver Sonne.

Não havia mais ninguém no quarto em que eu estava. Se eu me erguesse naquele lado que era mais baixo, bateria minha cabeça no teto de madeira pintado de branco.

Tudo estava bem organizado, mas aquele lugar era estranhamente peculiar. Então eu olhei pela janela e me descobri numa cabana no topo de uma árvore em uma floresta.

Depois do Sol se PôrOnde histórias criam vida. Descubra agora