Segura minha mão e diz
Diz que vai ficar tudo bem
Que o fim é um novo começo
Que a dor pode ser curada
Diz que o tempo não é importante
Diga que ainda temos tempo
Segura minha mão e fica
Só mais um dia
Só mais uma semana
Só até sentir que precisa
Mas eu ainda sentia meu braço doer, então acabei segurando ele contra o peito boa parte do caminho e Petrus percebeu que havia algo errado.
- O que aconteceu com seu braço Lena?
- Ah não é nada
- Tem certeza, me deixa ver.
- Tá muito escuro pra ver alguma coisa... – sussurrei enquanto continuava andando
Ele ligou a lanterna do celular e me pediu pra esperar um pouco. Mesmo com a iluminação não tão boa dava pra perceber que tinha ficado meio inchado e roxo entre o pulso e o cotovelo.
- O que aconteceu? Olha como está feio. Você já passou algum remédio?
- Não... – murmurei evitando os seus olhos – Eu não tive tempo, é que eu caí enquanto te seguia.
Num primeiro momento ele me olhou sem dizer nada. Então, analisou meu braço de novo.
- Vamos chegar logo, N deve ter algo pra te ajudar. Sinto muito pelo seu braço.
- Tá tudo bem – falei o seguindo – Não deve ser nada demais
Ele não se virou só continuou andando, e na meia luz dos relâmpagos pude observar seus punhos cerrados. Sabia que ele devia estar preocupado, e que estava fazendo seu melhor para chegar até a casa de N, mas também comecei a ficar com receio de que nós tivéssemos nos perdido.
Senti o primeiro pingo de chuva molhar a minha pele. E então percebi que as coisas iam ficar ruins se não chegássemos logo ao nosso destino.
***
Setor de autópsia, região metropolitana.
- Então quem reconheceu a vítima foi à mãe da menina?
- Sim senhor. Algo muito cruel de se ver.
Os pensamentos de Thomas eram como um redemoinho furioso. Ele ainda queria investir no caso até o fim. Encontrar a brecha, encontrar a falha, provar a si mesmo que estava certo...
O quanto podia confiar em suas intuições?
Ele se sentia confuso quanto a isso.
Então, o corpo era real. Isso o fez sossegar um pouco. Repensar sobre tudo o que havia visto até então.
Havia apenas mais um lugar para o qual ele precisava ir: a clínica.
Já tinha ido a cada pedaço daquele lugar por dentro. Então, foi investigar o jardim. Toda a área externa que já começava a encher de mato devido ao abandono.
E então, ao pé da janela do quarto da menina, resquícios de vidro lhe chamaram a atenção. Uma fita azul encardida, mas nenhuma coisa escrita. O papel que estava amarrado à fita já havia entrado em decomposição e se esvaído.
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Depois do Sol se Pôr
Mystery / ThrillerA.004 sofre de um tipo estranho de amnésia causado por um bloqueio cerebral. Por causa de uma decepção aparentemente impensável, mas tão dolorosa, ela perdeu as lembranças da pessoa que mais amava nessa vida. Essa pessoa era seu tudo e, no dia que e...