Capítulo 03: A lembrança do guarda chuva

165 36 428
                                    


Mas e quando a música termina?

Bom nesse momento eu já tive uma crise.

Eu já derramei todas as lágrimas que me deu vontade.

E nem me dei o trabalho de secá-las já que o frio me fez esse favor.

Nunca mais uma frase com "nós".

E todas as nossas memórias, agora são só minhas.

E sequer compreendo a imensidão dessas palavras.

Você nunca entendeu meus poemas,

Mas sempre me fez rir de coisas sem sentido

Rir até minha barriga doer

E eu bater minha cabeça no seu guarda-roupa

E agora eu quero chorar

Até meu vazio me deixar farta de sentir

Até meu coração parar de sangrar

Essa ferida aberta um dia vai fechar?

Eu estava coberta de cicatrizes quando te conheci

Mas você também estava

Eu achei que pudéssemos nos curar

Eu não imaginei que você tornaria do meu resfriado

Uma doença terminal

Me sinto morrendo com todas essas sensações

Eu olho para todos os lados

E você está lá em todos os lugares

O seu fantasma está aqui

Você tentou se matar da minha vida

Mas quem morreu fui eu

A música acabou e eu tento dar play

Mas o arquivo não é mais encontrado

E dói muito e nada muda isso

Você danificou o meu vídeo preferido

Me fez feliz-triste

Mentiu dizendo até breve

E aquele dia foi o último

E eu envio a mensagem, mas você me excluiu,

"Esta pessoa não pode receber mensagens suas nesse momento"

Nesse momento não descreve o para sempre que eu vejo

Onde você estará?

Minha mente está tentando te trazer de volta

Mas eu sei que nunca vai voltar

Nunca mais uma frase com "nós"

Eu acordo de madrugada, no meio de mais um dos meus pesadelos. Tão reais. Tão tristes. Tão "você".

O tempo tem passado depressa e já faz duas semanas que estou aqui, duas longas semanas, mas eu encontrei uma pessoa que pode me ajudar a concretizar meus planos.

Não sei se digo que ele é um enfermeiro, já que ele é um estudante e está apenas estagiando para cumprir horas para faculdade em troca de uma bolsa de estudos. Mas, ele é a pessoa ideal.

Foi fácil até convencê-lo a me ajudar. Ele tem pena de mim, eu ainda não consigo falar nada. Nós trocamos alguns bilhetes, e ele concordou que vai levar até o correio as cartas que eu escrever.

Depois do Sol se PôrOnde histórias criam vida. Descubra agora