Capítulo 15: Esqueça

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Está tudo virado

A gente não se conhece mais

Nós não somos quem pensamos ser

Então no inferno conversamos mais

Onde seu 'outro eu' não está escondido

Onde máscaras são desnecessárias

O passado não se muda nem se altera

Então apague a última vela

E revele a escuridão

Vamos por um ponto final na situação

Eu já conheço o fim, mas acho que você não,

Aparências enganam tanto

Quanto o seu coração.

(Helena)

Foi difícil. Foi quase inacreditável. Tudo parecia estar fora do lugar e eu me perguntei se dormi por um dia ou por um século.

Algo me dizia que Petrus sabia de mais coisas do que ele devia saber. E eu temia o impacto que isso poderia vir a causar.

Eu até então não havia falado sobre o Sol, sobre minhas memórias ou sobre Yohan, mas tenho a sensação de que isso não é mais necessário porque ele já sabe de tudo.

Eu precisava falar com Petrus.

Ainda com minhas terminações dos dedos das mãos e dos pés falhando, eu abri a porta e desci do carro.

E o encontrei tirando um galão de gasolina do porta malas.

- Petrus! Oh meu Deus Petrus, o que você...

Ele fechou o porta malas e começou a caminhar de volta para o cemitério com o galão de gasolina nas mãos.

- Helena volta pro carro, eu não quero que você veja isso.

- Não! Não, Petrus, ei! – falei segurando seu braço.

Ele olhou para meu rosto e sua expressão ganhou uma pontada de tristeza.

- Eu não posso deixar que isso aconteça de novo – ele disse levando uma das mãos a um corte no meu rosto.

- Você não pode decidir isso por mim.

- Você não pode querer que isso aconteça outra vez.

- Não vai acontecer, não vai porque ele nunca mais vai me ver. Eu... Você fez o que eu pedi certo?

- É claro... Que droga, sim. Eu pesquisei e atualizei suas rotas de fuga! Eu fiquei agonizando enquanto pensava que talvez nunca mais fosse te ver. Eu quebrei regras e cavei buracos. Eu invadi seu quarto e roubei o que por direito já era meu... Helena... O que eu faço?

Olhei para ele confusa e perdida.

- Petrus... O que foi que eu fiz...

- Você não vê? – ele disse agitando nervosamente as mãos no ar – É sério você não percebe?

- Eu...

- Por que eu faria todas essas coisas sem pedir nada em troca?

Eu não respondi e ele virou as costas.

- Apenas me deixe fazer o que eu preciso fazer.

- E deixar com que você se sinta culpado pro resto da sua vida? E permitir que você seja preso por minha causa? – gritei e ele estagnou no lugar – Sério você acha mesmo que vou te deixar fazer isso?

Depois do Sol se PôrOnde histórias criam vida. Descubra agora