Especial: Helena era infinita e Perpétua

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Me tinha totalmente nas mãos

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Me tinha totalmente nas mãos. Logo eu tão dona de mim.

Dominante e dominada. Naqueles dias eu não sabia quem de fato era.

Mas, sabia que seria infinita e perpétua na vida de alguém.

Mesmo que a minha pegada não fosse deixada para sempre na terra, minha existência estaria gravada no coração dele. Minha marca no mundo era aquela.

Eu escolhi isso. Escolhi uma vida confortável ao lado de alguém que eu amava. Uma casa bagunçada e dias cansativos, mas no fim do dia aquele sorriso compensava tudo.

Aquele beijo na testa e o seu polegar na minha bochecha seguido daquele olhar profundo repleto de milhares de sentimentos. Em toda a sua excelência Petrus era lindo.

Não era do tipo que poderia ser modelo, nem garoto propaganda. Era uma beleza vista apenas por mim. Porque as suas constelações completavam as minhas. Porque ele havia se tornado uma extensão da minha existência. Aquele que me acolheu nos dias mais sombrios.

A rocha que foi meu alicerce quando eu estava desmoronando.

Eu o encontrei quando estava completamente perdida na vida. Totalmente sem esperanças. Paralisada no tempo. Com o passado acorrentado em meu coração.

Então eu vivi meus dramas e realizei minhas façanhas, mas ele me transformou em alguém cheia de manhas.

Alguém viciada em amar errado poderia amar direito?

Eu sequer acreditava em amor. Pra mim isso era conversa, ninguém nunca se importaria o suficiente para querer ficar do meu lado. Era assim que eu pensava.

Então, eu queria apenas que Petrus fosse embora assim como todas as outras pessoas antes dele. Queria que ele tivesse a chance de viver uma vida normal. Queria me dar à chance de seguir o meu caminho solitário porque eu acreditava que nunca me encaixaria.

Sempre tive dificuldades de me encaixar. De ser normal como as outras pessoas. Depois de um tempo eu me cansei de tudo isso. Petrus me mostrou que eu não precisava seguir padrões. Eu podia ser livre. E é claro que tudo foi um processo, isso não é o tipo de coisa que você vai dormir e quando acorda acontece.

Tudo fez parte da minha jornada, da batalha diária. Entender que eu podia me aceitar do jeito que eu era. Que podia ser apenas eu mesma e não o que queriam que eu fosse.

Petrus representava uma nova fase na minha vida. Onde eu podia sempre evoluir para o próximo nível.

Eu não podia agir com todos da mesma forma que a minha conexão com Petrus permitia, mas podia ser alguém saudável. Alguém menos instável emocionalmente. Alguém que havia superado sua depressão.

Nós dois nos tornamos muito unidos. Grandes amigos, do tipo que fazem piadas um do outro. E bons namorados que confortam nos momentos ruins, e se alegram um com o outro. Jamais imaginei me tornar alguém tão melosa falando desses assuntos...

Mas, também não me arrependo em nenhum momento de quem eu me tornei.

Afinal Petrus que me ensinou a verdade sobre os sóis e girassóis merecia ser ambos na minha vida. Assim como eu também merecia ser ambos na vida dele. Porque a gente merecia ser recíproco. Merecíamos sermos reflexos um do outro.

E embora a realidade não permitisse um final feliz para sempre, nós obtivemos o nosso para sempre. Estávamos ligados por toda a eternidade e nada poderia mudar isso.

E eu o beijo depois de mais um dia no trabalho, e é sempre como se fosse a primeira vez. A textura macia e aveludada dos seus lábios pressionando os meus. O hálito de menta. Os polegares nas minhas bochechas, suas mãos segurando meu rosto.

Eu era infinita e perpétua naquele momento. Como se o tempo do mundo inteiro parasse, como se nosso próprio tempo fosse congelado para apreciar completamente aqueles segundos.

Petrus era meu lar.

Depois do Sol se PôrOnde histórias criam vida. Descubra agora