Conventional Weapons || Frerard ||

Me enterre de preto e por favor, não esqueça o gloss labial [Parte dois]

- E quanto ao meu pau? – Gerard pergunta, cheio de dúvidas, acariciando os pompons cor de rosa que cintilavam.

- Ah, amiga, empurra ele pra garagem. – O homem tirando sua maquiagem disse.

Frank acenou sorrindo em concordância. Ele tinha uma dose de tequila nas mãos e uma coroa delicada na cabeça e três minutos de sexo quente na cabeça o rondando.

- Se você for dançar de maiô, vai ter que empurrar um pouco mais. Vai ficar parecendo uma xaninha. – Um dos caras diz, fazendo o “v” com os dedos.  – Se for de calcinha, não precisa fazer tanto esforço. – Aconselha, naturalmente.

E bem, Gerard começou a concordar que seu trabalho era o melhor emprego do mundo, apesar das possibilidades de tiros; perseguição de maníacos  e dos riscos de retaliação por parte de criminosos, o resto era de boa. E talvez se disfarçar fosse o melhor de tudo. Faria de tudo para ver seu parceiro de campo pelado.

Frank e Way retornaram ao Buraco para se familiarizarem com a rotina de boates. Ir até lá sob a luz do dia foi uma tarefa muito arriscada, uma vez que Gerard chamava atenção por onde passava e por algum motivo parecia ter mais homens de branco do que o comum nas ruas.

- Então, tudo certo, né? Já captei tudo. Dançar, rebolar, esconder a rola na bunda e sensualizar. – Gerard recapitulou os pontos antes mencionados. Frank bebeu mais um gole da sua tequila. Ele tinha grandes expectativas quanto a Way estar vestido de stripper do Bullets. Bem grandes.

- Sim. Espero que dê tudo certo esta noite. Temos quarenta e oito horas para resolver esse caso. – Iero disse meio embriagado e pensativo. “Se ele usasse os pompons para cobrir a parte da frente e passasse um pouco de gliter na bunda, sim, sim, suculento...”

- Me admira a coragem de vocês... – O homem tirando a sombra brilhosa do olho diz, fitando o espelho do camarim. – As ruas do jeito que estão e você aí se vestindo de mulher...

- Bem, é por trabalho. – Gerard botou a mão na cintura e pendeu a cabeça para o lado, torcendo a boca. – Acho que o presidente Joe não se incomodaria, não.

Frank trocou olhares preocupados com os dois homens da Planetary (Go!).

- Sabe, Gerard. – Se voltou do espelho e o encarou. – Um colega nosso, Henry. Ele era casado, tinha duas filhas e dançava aqui uma vez por semana. Levou uma roupa pra casa, só pra experimentar. Era um show importante que iria acontecer naquele mês. Num dia de almoço com a família dele, o sogro abriu a porta do banheiro bem na hora que ele e a esposa estavam ajustando a roupa. Resultado? No dia seguinte, invadiram a casa dele através de uma denuncia do velho, quebraram o maxilar da mulher e arrastaram ele à força pra um caminhão blindado. Ele se tornou um Interno em Mors e nós nunca mais ouvimos falar dele. A esposa tentou ver ele com autorização da justiça, mas como é um órgão diretamente ligado ao Governo, ela nunca conseguiu vitória. Então, só toma cuidado, tá?

Frank encarou o rosto pálido de Gerard. Esse relato era só a ponta do iceberg, sabia perfeitamente disso. Mas Way tinha que estar ciente do risco. Se isso chegasse aos ouvidos do Governo, Feels seria um dos maiores prejudicados. Mas Iero estava notando que Way ignorava o óbvio. Por medo, ou sabe-se lá o que.

- Aff, gente. – Gerard disse, meneando os cabelos de forma dramática. – Sinto muito pelo seu colega, mona. Mas eu sou uma rainha e nada vai acontecer comigo, ok? Então, uma vez quando eu era criança, eu peguei os cílios postiços da minha mãe e tentei colar com banha de porco, só que não deu certo... – Tagarelou, gesticulando e girando o pulso de forma elegante. – Aí peguei a açúcar e fiz melaço e colei, só que o negócio ficou mais duro que o meu pau, aí minha avó me levou pro hospital puta da vida, dizendo que se eu fizesse aquilo de novo, ela ia me quebrar no meio e me fazer morder meu próprio cu, aí...