Mandrágoras na janela [parte 2]

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Nota: Já dizia nossa grande poeta Ludmilla:
É Hoje. E só pra lembrar q isso aqui é ZOEIRA. N levem CW como uma fic recatada e dor lar.

Talvez aqueles lindos cabelos sebosos de Gerard fazia com que a cena se tornasse muito bonita. Não, não a cena do menino espatifado no chão, como um saco de areia jogado do terceiro andar de um prédio escolar. Mas sim a cena do rosto dele, com a testa húmida de suor e certa perplexidade no olhar.

Frank observava aquelas feições com certo descontentamento. Seria tão fácil se Gerard fosse uma pessoa menos... Difícil, compulsiva, preconceituosa, idiota, retardada, insensível e uma vasta coleção de coisas ruins. Esteticamente ele era perfeito. Mas Way era igual àquelas bananas que Iero comprava no supermercado: amarelinhas e perfeitas por fora, e quando descascada, estava podre por dentro. Bem, bananas não era bem o que ele queria comparar a ele, mas foi o que achou no momento.

-Não fica me olhando assim porque eu não vou comer tua bunda. – Gerard disse mal humorado e se desencostou do parapeito da janela e seguiu caminho para fora da sala.
Frank ficou irritado e foi atrás dele.

Quando se deu conta, estava perto do corpo do garoto, que estava razoavelmente... Razoavelmente nada, o cara tinha virado um mingau humano, tipo daqueles filmes trash de horror e terror. O pescoço entortado para o lado, uma cara de pavor, o braço evidenciando o cotovelo elevado e a mão deslocada por ter aparado o impacto do braço; as pernas em forma de alicate e sangue espalhado ao redor de sua cabeça, e saindo pelo nariz e boca.

-Quero ver Rayray dar um jeito nesse aí. – Colocou a mão na cintura e observou o movimento ao seu redor.

E...

Um menino se aproximou punhado de seu aparelho celular, fazendo menção de que iria fazer uma fotografia do defunto. Gerard, indignado, colocou a outra mão na cintura e encarou-o.

-Mas olha só?! Ei, tu! – Ele gritou. O garoto ignorou. Mas depois se tocou que era com ele. – Tu mesmo, ô Zé do Caixão. É da perícia por acaso? Segue teu rumo estrume.

Amuado, o menino deu meia volta, com a mochila balançando nas costas.

Uns agentes da BNCCM se aproximaram. Iero sentiu a adrenalina afetar o seu corpo. Estava sendo pouco racional ali. Muito pouco. Qualquer deslize, qualquer trejeito suspeito e tudo iria por água abaixo.

-O que aconteceu aqui? – Um cara com um macacão branco perguntou. Ele era nitidamente cheio de si, empunhado daquela arma ridícula que mais parecia de brinquedo.

“Até meu pau atira melhor  que essa arma” Way disse em seus pensamentos. Na verdade, eles se dividiam naquele instante entre panquecas e possíveis nomes, para possíveis gatinhos que iria adotar.

Pensou em comprar uns vinte.

Gerard, que já estava impaciente e nervoso por causa das atitudes do Frank, encheu o peito e cruzou os braços, puto da vida com o tonzinho prepotente do cara.

-Por acaso tu é cego?! Não tá vendo que o garoto se jogou lá de cima?

Iero já estava prevendo o que iria acontecer. Way conseguiria uma confusão com os agentes mais poderosos do momento, seriam presos, e iria descobrir que era gay e o mandariam direto para os campos de Mors.

Ele parecia não ter medo de nada. Não que se sentisse acima da lei, era só... Destemido e meio foda-se.

-Argh... – Exclamou o agente de maneira falsamente entediada. – Mais um caipira de Mors. Você está na Capital, no mínimo fale direito. – Ajeitou a alça da arma no ombro. – Esses viadinhos... – Olhou para o cadáver no chão com ironia. – Não podem ver um carro do Batalhão que já saem correndo.

Conventional Weapons || Frerard ||Onde histórias criam vida. Descubra agora