O Príncipe do Vento

Capítulo 6 - Minha coroa é sua coroa

O processo para que o primeiro príncipe escolhesse sua noiva foi o assunto do reino pelas semanas que se seguiram. Todas as garotas sonhavam em ser a nova rainha de Floyra, por isso quando uma pré-seleção escolheu apenas as sessenta mais indicadas para a vaga, ouvia-se choros femininos por todas as ruelas do reino. Enquanto Soobin trabalhava como entregador para ganhar algumas moedas de prata, ele já tinha perdido a paciência de tanto ouvir sobre esse assunto.

- Isso é a única coisa sobre a qual essas pessoas sabem falar? – ele resmungou e atirou uma pilha de troncos no chão.

- Bem, a escolha da nova rainha de Floyra é um evento bem importante... – Beomgyu respondeu enquanto pousava seus troncos com cuidado.

Soobin encarou o irmão mais novo e quis manda-lo se calar, mas que desculpa ele teria para estar incomodado com isso? Então apenas desconversou e saiu andando para buscar mais troncos. Enquanto Beomgyu corria para alcança-lo, Hyunie, o pequeno coelho elétrico, tentava equilibrar um tronco que era o dobro do tamanho dele em seus braços pequenos, e tudo o que se via era aquele tronco balançando de um lado para o outro, até esmaga-lo no chão.

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No palácio, Yeonjun deixou que seus pais fizessem a pré-seleção das candidatas e disse que as receberia no palácio para a análise final. Tudo era feito com muita descrição, pois apesar do príncipe viver perambulando pela cidade, ninguém, exceto aqueles muito próximos, conhecia a sua aparência. Era exatamente por isso que ele tinha liberdade de andar por aí, o máximo que as pessoas pensavam quando o viam era que ele era um bonito rapaz de uma família rica, vestido em trajes elegantes e sempre muito educado. Mal sabiam eles que o garoto carregando baldes de água e correndo por ali era o primeiro príncipe do reino de Floyra...

As candidatas foram sendo apresentadas em grupos de quatro em quatro. Yeonjun ficou sentado por trás de uma cortina de tecido vermelho, fina a ponto de que ele pudesse ver as silhuetas do outro lado, mas não o bastante para que elas pudessem ver o seu rosto. A cada novo grupo de quatro, ele recebia em mãos pinturas feitas das meninas presentes para analisar suas aparências, e ouvia com atenção o que elas tinham a dizer. Todas eram muito bonitas, as mais refinadas herdeiras de famílias poderosas de Floyra, criadas como flores por seus pais zelosos, prendadas e educadas. Era possível se dizer que qualquer uma delas daria a esposa perfeita, e se Yeonjun não tivesse outra pessoa em seu coração, quem sabe ele até tivesse se interessado por alguma delas.

O processo foi cansativo e demorado, então quando as quatro últimas garotas saíram, o primeiro príncipe já estava dando graças a Deus. Parecia que aquela tortura tinha finalmente terminado, embora na verdade estivesse apenas começando.

- Então meu filho, nos diga quem são as suas favoritas – sua mãe disse com um sorriso caloroso nos lábios.

Yeonjun deu uma olhada para todos os sessenta desenhos em suas mãos e suspirou, sacudindo a cabeça. Ele nem sequer sabia como diferenciar uma da outra...

- Eu gostei de todas elas – ele ergueu a cabeça e forçou um sorriso – Deixo a escolha nas mãos de vocês então, qualquer uma que vocês escolherem estará bom para mim!

Seus pais se entreolharam e suas expressões se tornaram preocupadas.

- É o seu casamento, filho – o rei disse – Tem certeza que não quer escolher com cuidado?

- Tudo bem – ele negou com a cabeça – Vocês sabem o que é melhor para mim.

E então, sem dizer mais nada, ele levantou e saiu da sala, deixando-os sozinhos. O rei e a rainha não sabiam o que fazer, então apenas olharam para os inúmeros retratos em suas mãos e tentaram pensar em como resolveriam aquela questão.