O Príncipe do Vento

Capítulo 44 - O aniversário dos sonhos de Vossa Majestade

Olá Altezinhas, tudo bem?

Vamos lá, vou ser breve, esse capítulo tá quase a bíblia de tão grande! Decidi fazer ele de presente pra vocês, já que muitos me pediram que o Jungwon pudesse ser um pouco feliz, então hoje o aniversário é dele, mas o presente é de vocês, aproveitem! kkkk

Boa leitura, até domingo ❤️

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- Então, foi isso que aconteceu.

Jungwon estava perplexo. Ele já havia gritado pelo menos umas cinco vezes naquela manhã, a veia em seu pescoço pulsando. Em frente a ele, um soldado estava curvado no chão, batendo a cabeça contra o piso gelado enquanto se desculpava.

Depois de muita insistência, ele acabou descobrindo o que aconteceu com os sacos de arroz que foram levados das fazendas em Floyra há dois anos, e que nunca foram pagos. Monary havia tido um gigantesco problema em suas plantações de arroz e sem alternativa, tiveram que importar o produto de outros reinos. Sangchul havia vendido a eles uma grande quantidade de arroz, mas se aproveitando da situação, aumentou bastante o preço. Sem alternativas e para não ver seu povo passar fome, o rei de Monary comprou o produto mesmo com o preço nas alturas, mas depois, é claro, não conseguiu pagar por tudo. Por causa disso, Sangchul nunca conseguiu retornar o valor para aqueles fazendeiros, que se viram em um prejuízo enorme.

Como Monary não conseguiu pagar pelo produto comprado, Sangchul obviamente não deixou barato. Ele enviou seus soldados para invadir as fazendas que ficam mais próximas do litoral – e consequentemente dos portos – e tomaram conta, obrigando os moradores a trabalharem para eles, até que todo o valor fosse recuperado. Eles haviam recuperado metade do valor em produtos quando Sangchul morreu e Jungwon assumiu, ordenando que todos os soldados que estavam em Monary se retirassem.

- Trouxemos os produtos conosco no navio – aquele soldado continuou a explicar – Podemos vende-los e retornar a quantia aos fazendeiros que foram prejudicados.

Jungwon afundou em seu trono e levou as mãos à cabeça, achando que iria explodir a qualquer momento. Por que seu pai sempre resolvia as coisas do jeito mais torto possível? É claro que por direito Norwana devia recuperar aquele dinheiro, e ele até tinha sido paciente esperando um bom tempo para que Monary pagasse. Também era horrível que quem tivesse pagado pelo prejuízo fossem aqueles pobres fazendeiros trabalhadores, mas explorar inocentes não era um pouco demais? O que aqueles fazendeiros de Monary tinham que ver com aquela situação toda?

No entanto, agora Jungwon sabia por que o rei de Monary havia respondido a sua carta dizendo que tudo estava bem, afinal de contas ele ainda tinha uma dívida não quitada com Norwana. Eles tinham que vender logo aqueles produtos e retornar parte do dinheiro aos fazendeiros, mas ele ainda precisaria pensar em um jeito de recuperar a outra metade sem usar sua força para oprimir pessoas inocentes.

A pior parte de tudo aquilo era que hoje era seu aniversário de dezessete anos e ele já havia começado o dia gritando e se estressando, realmente não podia ser um presente melhor.

Naquela tarde, um enorme banquete foi organizado para celebrar o aniversário do rei. O salão principal foi decorado com bandeirinhas verdes e prateadas, enormes mesas foram colocadas para comportar os convidados e os cozinheiros começaram a trabalhar no cardápio um dia antes. Todos os conselheiros do palácio e suas famílias, os soldados de maior importância e também os cavaleiros de Monary foram convidados. As pessoas mais fortes e também as mais influentes de todo o reino estariam hoje sob o mesmo teto, o que para muitos era a oportunidade perfeita para falar sobre negócios, criar elos importantes e até mesmo arranjar pretendes à altura para seus filhos adolescentes.

Jungwon, é claro, só queria desaparecer, não estava com a menor vontade de comemorar aquele aniversário, ainda mais cercado de pessoas que ele não ligava a mínima, mas infelizmente aquilo era parte do ritual real e ele não podia negá-lo.