Capítulo 31 - A cortina desabou, o sonho acabou

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Olá leitores ❤️

Esse é um daqueles capítulos que eu tinha mais cenas preparadas pra colocar, mas no fim das contas ele já tava enorme, então precisei fazer uns cortes e passar essas cenas pro capítulo seguinte! Sim, tem bastante história pela frente, peguem a pipoca aí e boa leitura!

Nos vemos na quarta ❤️

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Levou pouco tempo para que Heeseung e Jay se tornassem melhores amigos. A princípio, os pais do garoto rico não eram a favor de que ele fizesse amizade com o filho dos trabalhadores da fazenda, no entanto a insistência do pequeno acabou fazendo com que eles cedessem. Prometendo que só sairia para brincar depois que fizesse os trabalhos da escolinha, Jay sempre ia encontrar Heeseung depois do almoço, trazendo consigo alguns de seus brinquedos caros e que o outro não conhecia, assim como alguns doces no bolso. E então, por horas e horas, eles corriam pelos imensos campos da fazenda, pulavam nas poças de lama e mergulhavam no lago nos fundos da propriedade. Aqueles dias eram repletos de felicidade, tanto para o garoto que vivia em condições precárias quanto para o garoto rico que nunca havia tido um amigo como aquele.

E assim, os meses foram se passando.

Jay se tornou frequentador da casa de Heeseung e nunca se importou com o quão simples ela era, pelo contrário, se sentia mais confortável ali do que em sua casa enorme. Quando nevava, os dois brincavam lá dentro, em frente ao fogão à lenha. Jay tinha uma coleção de guardas feitos de plástico, enquanto Heeseung tinha providenciado seu próprio exército com arames, tampas de garrafa e tudo o mais que ele encontrou. No fim das contas, os bonecos feitos por ele eram mais potentes que os de plástico comprados, por isso não era incomum que os pais de Heeseung pegassem os dois brigando sobre quem ficaria com o exército de arame e tampinhas.

No sexto aniversário de Jay, Heeseung deu a ele seu próprio exército de arame e tampinhas e depois disso eles nunca mais brigaram. Naquele aniversário ele também ganhou um monte de presentes caros de seus familiares, mas nenhum deles tinha superado seu exército de arame e tampinhas. Naquele dia também, depois que todos os parentes tinham ido embora, Jay pegou um pedaço grande de bolo e o levou para os fundos do terreno, para comer junto de Heeseung e celebrar seu aniversário com o melhor amigo.

Na primavera, Heeseung perdeu o medo de cachorros depois de tanto Jay insistir que os cachorros da fazenda eram bondosos. Quando os dias se tornaram menos frios, o mais novo costumava visita-lo depois da escola, com seus livros para ensinar a ele o que ia aprendendo. Jay já era letrado, enquanto Heeseung não sabia ainda o alfabeto, afinal de contas ele nunca tinha frequentado uma escola. Ao invés disso, passava o tempo todo criando coisas com o lixo que encontrava, se mostrando muito inteligente desde jovem. Graças a esse tipo de inteligência, ele tinha pouco ou nenhum interesse em aprender a escrever, mas Jay lhe jurava que para ser uma pessoa bem-sucedida no futuro e comprar a liberdade de seus pais, ele precisava aprender a ler e escrever. Então, ao invés dos trabalhadores se depararem com as duas crianças correndo por toda a fazenda, Jay se dedicou a ensinar Heeseung a ler e escrever naquela primavera.

Quando chegou o verão, Jay teve férias da escola, o que significava mais tempo para brincar ao ar livre. Não era incomum que os pais de Heeseung tivessem que gritar por ele na hora do jantar, enquanto os empregados da fazenda vinham ordenar que Jay se recolhesse. Quando fazia sol, eles brincavam no lago o dia inteiro, até suas mãos ficarem murchas. Quando chovia, eles pulavam nas poças d'água a procura de sapos, que sempre assustavam o mais novo, mas encantavam o mais velho. Para evitar que Heeseung ficasse doente, Jay tinha até lhe comprado uma capa de chuva amarela igual a sua, então tudo o que se via naqueles dias completamente cinzas era dois pontos amarelos correndo de um lado ao outro.

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