O Príncipe do Vento

Capítulo 25 - Então, é assim que é fazer um pacto com um demônio?

Olá leitores,

O capítulo de hoje contém aviso de gore.

Espero que vocês tenham aproveitado bem o capítulo anterior... 😀 kkkk

Boa leitura, até quarta ❤️

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Sangchul fez uma inspeção minuciosa pelo palácio inteiro tentando descobrir se algum de seus serviçais estava lhe traindo, e o resultado final o deixou ainda mais nervoso: não havia o menor rastro, nem mesmo os serviçais que foram torturados atrás de respostas tiveram algo a dizer. Era como se aquelas cartas estivessem se materializando ali do completo nada, o que o deixava extremamente irritado. Além disso, os guardas que foram enviados para revirar o reino atrás do primeiro príncipe não tinham uma pista sequer e Precioso continuava desaparecido. Parecia que tudo estava indo contra ele, não demoraria nada para que todas aquelas notícias fossem parar na boca do povo e aquele pensamento o deixava inquieto... Um rei que não é bom para cuidar do filho, é bom para cuidar do povo?

- Majestade – Jong disse após vê-lo surtar andando de um lado ao outro por meia hora – Desculpe lhe dizer isso, mas você está fazendo exatamente o que eles querem.

- E o que eu devo fazer, hein? – ele afundou no trono, irritado.

- O oposto do que eles querem que você faça.

Sangchul o encarou confuso, não entendendo onde ele queria chegar. O oposto?

Basicamente, a ideia de Jong era que ele fosse a público e virasse a história a favor dele, antes que o povo ficasse sabendo pela boca de outras pessoas. Omitindo sobre Precioso – porque aquela criança era mesmo inexplicável – ele queria que o rei contasse sobre como seu filho incapacitado foi sequestrado do palácio por alguém muito poderoso e habilidoso, e então pedir a ajuda do povo para encontra-lo. Era como matar dois coelhos com uma cajadada só: primeiro o povo ficaria com pena daquele pobre pai suplicante que sofreu um ataque terrível contra sua família, depois o próprio povo iria procurar por ele e as chances de alguém encontrar o príncipe seriam bem maiores. Dois problemas resolvidos.

Sangchul não estava tão confiante assim naquele plano. Uma parte dele acreditava que podia dar certo, enquanto outra tinha medo de que as coisas não saíssem bem e ele fosse taxado de insuficiente. Mas no fim das contas, o que ele podia fazer? Continuar sendo torturado daquela forma não era uma opção.

Então, em uma tarde cinzenta, o pobre rei de Norwana decidiu encarar seu povo e contar a eles o ocorrido. Entre lágrimas falsas e um grande teatro, tentou comover os espectadores sobre o quanto ele amava seu filho mais velho e o quanto ele o queria de volta.

Nem era preciso dizer que o plano de Jong deu certo.

- O que você está fazendo aí? – um dos guardas perguntou.

Jong estava no terceiro andar de um prédio atrás do palanque onde Sangchul discursava seu amor aos filhos e ao povo. Lá de cima, ele espiava o povo ao redor do rei, seus olhos atentos em todas aquelas pessoas.

- Se o sequestrador estiver por entre essas pessoas, ele agirá de forma diferente – explicou – Então eu posso persegui-lo e quem sabe descobrir alguma coisa.

O guarda assentiu e falou sobre o quão inteligente ele era, mas os olhos de Jong continuavam cravados do lado de fora, ocupado demais em sua missão. De repente, ele viu um garoto virar as costas no meio do discurso e sair andando, ele não sabia ao certo por que aquilo tinha chamado sua atenção, mas no segundo seguinte já estava correndo atrás dele.

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"Isso é a maior besteira que já ouvi"

Kai balançou a cabeça enquanto pensava, o povo de Norwana era mesmo muito ingênuo para cair naquele conto do pai amável e sofredor. Ele não podia negar que tinha ficado irritado com aquele movimento, não achou que Sangchul teria coragem de falar sobre aquilo em público, mesmo sendo distorcido daquela forma, então agora ele teria que pensar em outro método para irritá-lo.