Capítulo 38 - Laços familiares

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Cheguei minhas Altezinhas!

O capítulo de hoje é o penúltimo da primeira parte, por causa disso esses últimos três capítulos tão enormes desse jeito hehe Preparem o coração aí porque tem muita coisa pra acontecer!

Boa leitura, nos vemos domingo ❤️

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Os cavaleiros estavam jogando cartas e bebendo vinho em uma partida animada que já durava boa parte da noite. Jay tinha ganhado umas três partidas, enquanto Kai e Heeseung tinham ganhado duas. Jake costumava ser o melhor jogador, então hoje ele estava reclamando que a sorte estava contra ele.

- Se você tiver azar no jogo, quem sabe terá sorte no amor – Sunoo deu uma risadinha.

Ao ouvir aquilo, as bochechas de Jake coraram instintivamente. Quando o viram assim, todos os demais caíram na gargalhada.

- É por causa do vinho! É por causa do vinho! – ele protestou.

Mais uma rodada de gargalhadas e Kai lançou a carta da vitória na mesa, deixando os demais chocados. Depois disso, ele levantou e disse que precisava ir em um lugar e que eles podiam continuar sem ele.

Deixando para trás o ambiente harmonioso de seu lar, Kai andou pelas ruas escuras de forma despreocupada, as mãos nos bolsos do longo casaco, a pena branca balançado atrás da orelha. Ele cumprimentou a senhora que vendia pães perto do rio e que finalmente estava indo para casa, o senhor que vendia legumes que estava fechando sua loja e um guarda que passou fazendo a ronda em seu cavalo.

Por fim, saiu dos arredores da cidade e subiu a montanha. Como se já conhecesse aquele trajeto de cor – embora tivesse ido lá poucas vezes – ele adentrou o mato alto, cruzou por inúmeras árvores em uma subida íngreme e escorregadia, até por fim chegar a uma caverna. Ele juntou uma pedra e riscou seu nome no chão, e então aguardou. De repente, o som de um dragão ecoou lá de dentro e uma criatura foi aparecendo através das sombras. Kai ficou aguardando imóvel até que o animal estivesse diante dele, balançando suas enormes asas escuras.

Aquele era Áureo, o dragão elétrico que Kai havia recebido quando completou doze anos. Desde criança, sua mãe nunca havia negado suas origens, deixando bem claro que ele era filho do rei de Norwana, um homem ruim que a havia seduzido em uma de suas viagens ao exterior. A própria mulher não negava que tinha sido ingênua, Sangchul era um homem charmoso e de boa lábia, e ela era uma pobre camponesa que não sabia nada do mundo. Eles se conheceram por acaso em um festival das flores que Monary fazia todos os anos, naquele ano em especial, a fazenda da mãe de Kai tinha trazido as flores mais bonitas do festival e Sangchul, que estava em uma viagem de negócios, acabou sendo convidado. Foi assim que ambos se conheceram, um aperto de mãos amigável e sem pretensão alguma, e então apenas alguns dias depois, eles já estavam rolando juntos nos lençóis caros do hotel luxuoso no qual Sangchul estava hospedado. Para uma pobre camponesa, ser notada por um rei era algo de encher os olhos e ela já sonhava com o dia em que ele a levaria para Norwana e faria dela sua rainha, a cobriria em joias e lhe daria a vida que sempre sonhou. Nem era preciso dizer que nada disso aconteceu, e apenas uma noite de amor depois, a pobre garota já não tinha mais utilidade alguma para aquele homem cruel.

Não demorou muito para que ela descobrisse que Sangchul era casado, embora nos braços dela tivesse negado veemente o fato. Para piorar, sua esposa estava grávida do primeiro filho e não fazia ideia do que seu marido estava fazendo no exterior. A pobre garota se sentiu péssima, ela não queria estragar o casamento de ninguém, achava que aquilo era algo sagrado, então apenas se afastou de coração partido.

Três meses depois, ela descobriu que aquela noite de amor tinha lhe deixado um fruto. Se antes ela queria apenas esquecer que aquele homem existia, agora ela estava apavorada. Em seu ventre crescia um bebê que ela não tinha como sustentar sozinha, ela só tinha dezenove anos e tudo o que sabia fazer era cultivar plantas, mas aquilo não dava muito dinheiro. Por sorte, ela tinha muitos amigos, e todos eles a incentivaram a ir atrás daquele homem e até mesmo ajudaram a pagar sua passagem de navio para Norwana.

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