Shi

51 3 0
                                    

— Aonde estamos indo? — Perguntou Yusuke. — A direção daquela casa é para aquele lado!

— Não vamos voltar.

— Você não tinha dito que ficaríamos lá até seu ferimento se curar?!

— Mudanças de planos acontecem.

Yusuke revirou os olhos.

— Para onde vamos então?

— Estou procurando por informações, então temos que falar com as pessoas certas.

— Que seriam?

— No momento, não tenho uma ideia fixa de quem perguntar.

— Então, voltando à pergunta inicial: para onde estamos indo?

Hikaru não respondeu e Yusuke resmungou alguns palavrões. Após isso, eles não conversaram muito e permaneceram em silêncio, andando em uma estradinha por um bom tempo até que mudaram seu rumo e tiveram de andar no meio de um campo, o mato ia até seus quadris e estava seco. Era uma noite sem ventos, mas ocasionalmente um vento frio soprava, enviando calafrios sob a pele dos dois.

— ... Hikaru, você não está com fome?

— Estou.

— Por que não pediu nada àquele monge? Você só tomou aquele chá ruim e água até agora.

— Estou acostumado a não ter o que comer.

Yusuke fez uma careta.

— Se acostumar com esse tipo de coisa é algo para se orgulhar?

— Não precisa se preocupar.

— Quem está preocupado com você?! Afinal, como foi que você sobreviveu todos esses anos?!

— Não olhe para mim assim, minha saúde era muito boa, embora eu comesse pouco.

A raposa revirou os olhos.

— Você tem dinheiro agora?

— Um pouco, mas estou ponderando se não devo guardar para algo mais necessário.

— Algo mais importante do que comer?

— ... Nunca se sabe.

Yusuke resmungou:

— O que você é, afinal? Um monge? Você é tão chato.

— Não cheguei a completar meus estudos, então não sou um monge.

— Está brincando? Você realmente quase se tornou um monge?!

— Houve uma época em que estudei em um templo budista.

— Ah, é verdade, você falou sobre isso. — Um sorriso se abriu nos lábios de Yusuke. — Significa que pelo menos podemos nos beijar.

Hikaru fez uma careta.

— Do que está falando?

— Não faça essa cara. Já nos beijamos antes.

— Aquilo não conta como um beijo.

— Conta, sim. — Teimou.

— Não conta.

— Conta, sim!

— Eu apenas mordi seu lábio inferior, logo, não conta.

— Mas nossas bocas encostaram!

— De qualquer forma, não vai acontecer novamente.

— Por quê? — Manhou. — Não me diga que você jurou castidade...

— Jurei.

— Hikkin, você é tão chato!

Hasu No HanaOnde histórias criam vida. Descubra agora