Roku

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Yusuke acordou com sons de vozes.

Ele estava na forma de raposa, mas rapidamente mudou para sua forma híbrida e se aproximou da porta com cuidado, começando a prestar atenção nos sons que vinham de trás dela.

— … Tem certeza de que é ele?

— Os olhos são de uma cor única, a idade parece bater com quem estamos procurando e ele tem coisas estranhas em suas orelhas.

— Onde ele está?

— … Está naquele quarto. Deve estar dormindo agora.

— Obrigado pela colaboração, tentaremos não causar danos.

Seus olhos se arregalaram, ele se virou para Hikaru planejando acordá-lo, mas o humano já estava sentado, olhando diretamente para ele com uma expressão séria. Hikaru estava completamente acordado em estado alerta e não estava nenhum pouco sonolento, como se já soubesse que havia algo errado.

— O que foi? — Perguntou.

— Estão aqui. Temos que sair logo.

Hikaru compreendeu o que suas palavras queriam dizer apenas com aquilo, então eles rapidamente juntaram as poucas coisas que tinham e saíram pela janela com o máximo de cuidado que puderam bem a tempo quando os guerreiros entraram no quarto. Ele desceu do telhado com a ajuda de Yusuke e assim fugiram, continuando a andar pela estrada em direção ao seu destino.

— E pensar que eu quase achei que teríamos uma boa noite de sono! — Yusuke reclamou.

— Foi descuido meu. Quando voltamos para entregar o corpo da criança, eu esqueci de colocar o chapéu sobre a cabeça de novo.

— Esses samurais são meio irritantes. Afinal, o que você fez pra ser perseguido?

— A acusação deles é a de que matei minha própria família.

— E é verdade?

— Olhe em meus olhos e diga se acha que eu seria capaz de fazer isso.

Yusuke estreitou os olhos ao encarar Hikaru diretamente em suas orbes de tom claro.

— Sinto te dizer, mas tudo o que eu vejo no seu rosto é a cara de alguém que não se importa com absolutamente nada.

O mais alto arqueou uma sobrancelha.

— Você acabou de se descrever?

— Haha, engraçadinho.

Houve um momento de silêncio, eles seguiram andando em frente. Yusuke pensou que ele não diria nada, entretanto Hikaru suspirou.

— Minha família foi assassinada, de fato, mas não fui eu quem fez isso. A fortaleza foi atacada e incendiada por shinobis. Meu irmão, minha mãe e eu fomos os únicos sobreviventes, as pessoas restantes ou foram assassinadas diretamente ou morreram em meio ao fogo.

— E então, você foi acusado de assassinato para que ninguém desconfiasse de que tinha sido um ataque orquestrado por shinobis. — Concluiu.

Ele concordou com a cabeça.

— Entretanto, um grupo de shinobis não vai simplesmente matar alguém ou uma família apenas porque querem ou sentiram vontade. Alguém os contratou para que se livrasse da minha família silenciosamente e sem deixar rastros.

— Oh… — Yusuke ligou os pontos. — Então você não está procurando esses shinobis especificamente, mas sim a pessoa por trás dos panos.

— Isso mesmo.

— ... E o que aconteceu com sua mãe e irmão?

— Mortos.

— Mas você não disse…? — O restante da pergunta não foi concluído, e Hikaru não se importou em falar mesmo tendo entendido o que ele queria perguntar.

Hasu No HanaOnde histórias criam vida. Descubra agora