Masks

Capítulo 11

O calor das mãos de Denki foi a única coisa que sobrou em sua cintura quando o loiro a afastou lentamente para longe assim que estavam chegando.

É, de fato, os planos das freiras pareciam ter corrido por água abaixo graças a uma suave ajuda de Kaminari. Havia um loiro sorrindo vitorioso, mas por dentro, e ao lado, Shinsou demorando para processar que aquilo realmente deu certo. Tinha alguma coisa que Denki não era capaz?

Um grupo nada feliz de freiras murmuravam incansavelmente perto da capela central, ambos rapazes se olharam rapidamente de soslaio, antes de pelo menos três delas perceberem a presença dos dois e irem correndo furiosas na direção deles.

— Onde você estava? — Rosnou a mais velha numa pergunta pesada em direção de Kaminari. O loiro se fez de confuso, enquanto Shinsou ao lado, não disfarçou a careta no rosto ao sentir um forte bafo de bebida saindo nos lábios da mulher. — Algum problema, Senhor Hitoshi?

— De forma alguma. Mas me sinto num bar com tanto fedor de álcool… — Denki arregalou os olhos ao ouvir aquilo, o resultado, uma freira incrédula pelas palavras do novato.

Kaminari não sabia se mantinha suas aparências ou olhava em admiração para o arroxeado, Hitoshi sequer pareceu arrependido do que disse, pelo contrário, apenas mostrou uma expressão despreocupada nos lábios.

— Shinsou, por favor. — O loiro Sussurrou com um ar de reprovação, este que lhe olhou preguiçosamente.

— Você perdeu o respeito pelos mais velhos, garoto? — Vociferou a mulher mais uma vez, as outras duas compartilhando dos mesmos olhares rudes. Quando Hitoshi abriu a boca o loiro rapidamente se pôs na frente do arroxeado para cortar a resposta ousada que sabia que viria.

— Ele não sabe o que diz. — Se apressou em mentir, seja lá o que ele fosse responder resultaria num castigo severo. — Eu posso ajudá-las em algo?

Hitoshi ainda era alvo de olhares demorados, freiras poderiam ser cruéis quando desejavam, e mesmo o rapaz mandando aquelas áreas pro inferno, muitas coisas severas passavam pela cabeça daquelas que pregavam "Bondade."

— Não aqui, o ar é repugnante. — Torceu o nariz, o que fez Shinsou reforçar seu sorriso sarcástico na qual por cima do ombro Denki viu e temeu pela ousadia que o arroxeado teimava em incitar. — Siga-me.

É novamente, andaram apressadas com aquele patético ar de superioridade, mas claro, não antes de reprovar toda a existência de Shinsou com o olhar. Deus, se tivesse a chance Kaminari tacaria fogo despreocupadamente em todas.

O loiro olhou para Hitoshi uma última vez antes de se virar, mas foi impedido ao sentir a ponta da manga da blusa ser puxada por Shinsou, impedindo-o de andar. O olhar curto e silencioso que trocaram não foi demorado de formular respostas, Denki puxou um sorriso no canto dos lábios que deveria ser reconfortante e tentou puxar de volta o braço, mas Shinsou utilizou do último segundo para segurá-lo pelo mindinho e forçando-o a ficar ali. Aquele toque que durou segundos, mas na qual pareceram horas, foi capaz de fazer Kaminari perceber o tremor do rapaz em lhe deixar ir.

" Está se preocupando comigo?" Era o que silenciosamente a expressão do loiro dizia, não havia dito nada o que tornou complicado para interpretar, mas, por alguma razão, Shinsou mostrou a resposta no olhar aflito. Kaminari sorriu uma última vez antes de soltar os mindinhos, e, andando de costas para longe, ele deixou claro como sempre conseguia o que desejava, e sempre iria se safar das mentiras. E antes de se virar, deixando um Shinsou sozinho, crente daquelas palavras, mas não totalmente.

Foi estranho aquela troca de olhares que substituiu uma conversa verbal. Ainda mais estranho, o fato de terem se entendido. Completamente estranho.