— O que aconteceu filho?
Denki deu passos vagarosamente lentos na direção de Vânia, usando da questão seria em mancar e formar expressões de dor desta vez verdadeiras, na qual deixou a mulher preocupada ao extremo.
Pela primeira vez estaria usando um momento de dificuldade a seu favor.
Num ato realmente cansativo, mas beirando levemente ao teatral, o loiro cedeu o movimento nas pernas para cair propositadamente no chão, mas Vânia fora rápida e lhe segurou pelos braços com uma expressão de pânico.
— Kaminari! Por Deus, o que aconteceu?! — Perguntou aos prantos.
As coisas estavam saindo do controle quando ele foi levado para se sentar na cadeira ali perto, pois seu coração estava enviando sinais confusos para a própria cabeça, dizendo que poderia ser errado se aproveitar da situação. Porra, mesmo sendo uma mulher boa como a Vânia, aquilo não era permitido.
— A madre… — Sussurrou com a respiração falha. Logo, não demorou para lágrimas forçadas com pingos de verdade escorreram pelo rosto. — Me forçou a ajoelhar no milho…
— Mas por que?! — Buscou rapidamente um lenço na caixinha sobre a mesa e usou para enxugar o rosto que estava ficando úmido de Denki.
— E-ela… Andava com ideias assombrosas sobre o Shinsou. Me levou para a igreja, e disse que ele veio de uma família que é da máfia, acabou por decretar ódio por ele ser mais americano do que japonês… — Estava arfando e se concentrando nas falsas pontadas no peito, a cada palavra os olhos de Vânia pareciam se arregalar mais enquanto sua expressão enchia de puro horror. — Ela d-disse também que odiava os russos…
— Isso é muita maldade pra uma só pessoa… — A mesma se mostrou triste, e mesmo que uma pequena parte de Denki quisesse consolá-la, não poderia agora.
— Eu disse que nada daquilo era verdade! — Murmurou num timbre voz embargado. — Pra mim não importa a Nacionalidade da pessoa, eu vejo todos como seres humanos que merecem respeito.
Aquilo era verdade. E fora algo na qual rendeu um sorriso pequeno de Vânia, mas parte daquela verdade envolvia o critério de Denki buscar justiça com as próprias mãos quando a pessoa cometia algo imperdoável.
— Senhora… — Denki respirou fundo, ganhando agora, ainda mais a atenção e coração da mulher a sua frente. — Eu fui contra as palavras rudes da madre superior, mas ela não pareceu aceitar, pois afirmou que eu concordei com tudo, que seria daquele jeito e pronto. Então hoje ela me forçou a ajoelhar no milho, pois eu não aceitei bater em izuku Midorya para incriminar o Shinsou.
— Kaminari, isso consegue ultrapassar a madre incendiando a capela… — Exclamou com o olhar sem brilho algum, o semelhante sério como ele nunca havia visto em todo aquele tempo no internato.
— Ela bateu no rosto do Midorya, e disse que iria dizer que foi eu caso contasse para alguém…
Vânia esfregou as mãos sobre o rosto e soltou murmúrios de tristeza em sua língua materna o quanto a mulher na qual admirava estar seguindo aquele caminho. Denki realmente se sentiu mal por ela, então segurou na mão da mesma e acariciou gentilmente, rendendo assim outro sorriso acolhedor da mesma.
— Consegue guardar um segredo, filho? — Vânia perguntou com cuidado, e o loiro rapidamente assentiu. — A madre também já me fez ajoelhar no milho.
— Por que? — Quase deixou o ódio por debaixo da máscara transparecer, mas conseguiu se mostrar chocado e horrorizado.
— Havia uma freira nesse internato, ela ficava aqui bem antes de você aparecer. — Sussurrou abaixando a cabeça. — Ela também era de nacionalidade americana, se chamava Elizabeth, e eu criei um tipo de afeição a mais com ela.
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Masks
RomanceEm um internato religioso onde aparências significavam poder, Denki Kaminari era um dos rapazes que usava a máscara de jovem dedicado com inocência para conseguir o que desejava. Hitoshi Shinsou era o aluno novo que chegará recentemente ao local, co...