Capítulo 51

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— Eu vou contar pro papai que o Monoma me chamou para sair.

Aquelas palavras nunca assustaram tanto Ojiro.

O rapaz parou de andar aos poucos, as ruas se encontravam vazias por estarem no caminho da casa de Aizawa, ninguém se atrevia a sair ou fazer barulho por mais que ainda estivessem longe da propriedade dele. Shinsou tinha um sorriso nos lábios, aéreo como sempre e vendo tudo a sua frente como o mundo incrivelmente perfeito, quando notou que Ojiro não estava mais ao seu lado, ele também parou no lugar, e virou-se para trás.

— Está tudo bem, Oji?

— Shin… — Murmurou aflito, e com cuidado segurou as mãos do melhor amigo. Tal gesto deixou Shinsou confuso, não entendia o por que daquela expressão séria no rosto de Ojiro. — Deixe para contar depois, sim?

Quis que o depois nunca chegasse.

— Mas, eu quero dizer… — Disse franzindo o cenho. — Preciso da benção dele.

— Shin, não, por favor. — Apertou fortemente os dedos contra a palma do rapaz, algo que assustou Hitoshi pelo jeito assustador na qual Ojiro ficou. — Espere mais um pouco!

— Eu sei que o papai te assusta, mas ele mudou Oji, prometo!

— Ele não mudou… — Balançou a cabeça para os lados.

— Mudou sim, não se preocupe! — Garantiu com um sorriso gentil esboçando nos lábios.

Ojiro engoliu em seco, ele sentiu sensações amargas transbordando de seu peito. O rapaz sempre fora assim, pressentindo o pior, aquilo aconteceu desde o encontro com Shinsou quando os dois eram crianças, mas Ojiro o amou como seu melhor amigo, e irmão.

Contudo, Shinsou carregava algo ruim consigo. Ele era um alvo constante de coisas mas, que envolviam até a própria morte, e aquilo sempre o acompanharia.

— Tudo bem… — Soltou as mãos do arroxeado, se dando por vencido. — Mas, eu vou com você.

— Isso é ótimo! Tenho certeza que papai também vai adorar a sua companhia!

Dissera com palavras doces e inocentes, não sabendo o que o destino iria lhe trazer.

Seria a última vez que se veriam.


Por sua descendência puramente japonesa, os olhares severos dos seguranças se puseram indiferente sobre si. O loiro encolheu o corpo, desejando segurar a mão do arroxeado mas sabia que seria a forma mais fácil de levar um tiro.

Como Shinsou aguentava? Ele continuava com um sorriso no rosto, ignorando tudo e a todos. Não adiantava. Hitoshi simplesmente conseguia permanecer intacto no próprio mundinho em sua cabeça. Aquilo era ruim, o rapaz não entendia a gravidade da situação, e estava precisando ser protegido por si mesmo a todo custo.

Shinsou precisava ser protegido.

Adentraram o escritório de Aizawa sem bater, o moreno desaprovou completamente, e ao levantar seu olhar na direção dos dois rapazes, a expressão já havia mudado para algo assustador.

Ojiro quis chorar, mas permaneceu firme por Shinsou. Ignorou os seguranças com armas, as fotos de Hitler, as suástica, e principalmente a indiferença no olhar de Aizawa sobre si.

— O que vocês querem?

— Oi papai! — Shinsou tentou se aproximar do mais velho, contudo o moreno fez um movimento para que os seguranças lhe impedissem de chegar mais perto. Ojiro quis pegar aquelas armas e atirar em Aizawa, ele sequer parecia um pai. Não, ele nunca foi um pai. — Ah, bom! Quero te dizer uma coisa importante!

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