Não era paranóico, ignorava completamente possíveis surgimento de monstrinhos trabalhando pensamentos intrusos para lhe deixar inseguro. Mas em sua situação, tinha certeza que Kaminari estava o evitando.
E aquilo já fazia dois dias.
As aulas que aparentemente cada aluno tinha 99% de chance de fazerem juntos, o loiro não estava lá. Nem nos corredores, a capela, nenhum lugar daquele internato ele estava. E aquelas supostas aulas na biblioteca, também não estava existindo. Shinsou mordia a ponta da caneta enquanto andava pelos corredores, sua cabeça estava baixa apenas encarando os sapatos pretos pisando sobre o chão. Não viu o momento que Katsuki andava cambaleando em sua direção, mas pode erguer a cabeça segundos antes que ambos acabassem esbarrando perigosamente um no outro. O loiro arregalou os olhos, a mão apoiando na parede acimentada para evitar que seu corpo caísse.
- Caaaara, eu não devia ter cheirado tanto. - Viu Hitoshi limpando a parte de fora do nariz silenciosamente, Bakugou entendeu que a indireta foi pra ele e foi rapidamente limpá-lo. - Ah valeu.
- Cheirando o que? - Semicerrou os olhos ao ver aquela poeirinha branca e aparentemente suave deixar o nariz do rapaz.
- Oxi? - Balançou a cabeça de olhos fechados. - Oxi...oxicodona! - O arroxeado anotou um bilhete mental para não se surpreender mais com as coisas que aconteciam naquele internato, mas era extremamente difícil. - Me ajuda a gaguejar melhor, e fingir que tô na Rússia de novo.
- Sei, nasdrovia (saúde em russo.)- Respondeu desinteressado antes de começar a andar para sair dali, mas Katsuki se pôs na frente do mesmo e quase tropeçando nos próprios pés. Hitoshi precisou segurá-lo pelos braços com um olhar preguiçoso com aquela situação.
- Calma calma, eu tinha que te dizer alguma coisa. - Murmurou perdido. - Aquele filha da puta do kirishima, eu tô sentindo a porra dele escorrendo pelas minhas pernas.
- O que?
- O que? - Ficou sério antes de soltar uma risada esganiçada. "Daí-me paciência." - AH SIM! - Gritou fazendo com que Shinsou pulasse no lugar de susto. - Sabe o Kaminari? Aquele gay, pediu pra você tomar no cu.
- Sério? - Quando olhou pra cima e pode ver faíscas pintando as íris roxas que Hitoshi fez, ele automaticamente percebeu a troca de palavras.
- Não não! Ele pediu pra você tomar banho no cu. - Assentiu com a cabeça, crente do que havia dito, e Shinsou quis rir com o rumo daquela conversa, pois a cada letra na qual Katsuki soltava não fazia o mínimo sentido. O loiro pareceu pensar por alguns segundos antes de rir novamente. - Espera, puta que pariu, ele pediu pra você tomar um bom banho e especificamente no cu, depois se encontrar no quarto dele.
"Mas que caralhos?" Demorou mais que o esperado para raciocinar aquilo, e mesmo assim não pareceu suficiente, quando piscou os olhos dando por si que ainda não havia entendido, Bakugou encarava Hitoshi com uma expressão maliciosa. Shinsou afastou-se devagar, Katsuki voltou a andar sorrindo enquanto falava coisas distintas que o arroxeado julgou ser em russo. Nenhum pensamento concreto rodeou a mente de Shinsou para ser usado em resposta, ele sempre se lavava bem, não entendia sinceramente o por que daquele pedido estranho vindo de um dos peões do rei. Mas, faziam dois dias que os dois não se viam, nem mesmo um bilhete ou sinal de fumaça havia aparecido pra dar algum sinal de vida. Ele não era obrigado a fazer aquilo.
E no fim, Shinsou estava saindo vestido de um dos chuveiros enxugando o cabelo com uma toalha e o olhar nervoso. "Eu odeio a minha vida."
Seu corpo inteiro tensionou ao ver a silhueta de shoto Todoroki em frente a pia escovando os dentes, tentou passar despercebido mas o bicolor já havia notado a presença do arroxeado.
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Masks
RomanceEm um internato religioso onde aparências significavam poder, Denki Kaminari era um dos rapazes que usava a máscara de jovem dedicado com inocência para conseguir o que desejava. Hitoshi Shinsou era o aluno novo que chegará recentemente ao local, co...