O trovão que caiu sobre o laboratório fez as janelas e qualquer utensílio feito por vidro estremecer, e posteriormente, se quebrar. Aquele barulho estrondoso não incomodou os dois rapazes, Bakugou andou pelo local abandonado desviando dos cacos de vidro jogados pelo chão, seus olhos sempre atentos capturando aranhas fugindo pela chuva lá fora e aproveitando para se esconder nos armários e prateleiras. Riu achando engraçado aquele desespero nas criaturas aparecendo cada vez mais, mas a risada deu lugar a apenas um sorriso quando viu Shinsou parado em frente aquela janela do laboratório.
Tinha as mãos cobertas por luvas de borracha amarela por dentro do bolso de um jaleco branco, sua expressão calma sequer parecendo que estava observando a tempestade lá fora caindo como se fosse o fim dos tempos, soando cada vez mais barulhenta e preocupante.
— Trouxe o que me pediu. — Katsuki anunciou em meio aos raios, e logo depois retirou uma enorme caixa branca detrás das costas.
A luz causada pelo raio iluminou o corpo do arroxeado assim que o mesmo virou o rosto na direção de Bakugou, as íris púrpuras caóticas caíram sobre o objeto que o russo carregava em mãos, e ele finalmente pode sorrir. Andou calmamente até Bakugou, o loiro que se vestia da mesma forma prática ao do arroxeado estendeu a caixa branca no momento que Shinsou chegou próximo a ele.
— Está tudo aí? — Perguntou observador e Bakugou assentiu autoconfiante com a cabeça. Hitoshi a segurou e firmou os braços ao notar o peso que a mesma carregava, ele fez um sinal com a cabeça para que Bakugou o seguisse e foram ambos andando por aquele laboratório.
Raízes envolvendo o chão na qual passavam pareciam ter chegado ao lugar antes deles, os dois se viam constantemente se desviando de insetos e misturas abstratas de lagartas com aranhas, ainda soava engraçado para os rapazes que se entreolharam rindo em divertimento. Foram até um enorme e pesado caldeirão preto de ferro onde já haviam uma borbulhante coloração radioativa no fundo, Shinsou pediu para que Bakugou colocasse a máscara de gás no rosto devido ao perigo daquela substância aquela altura, e ele logo fez o mesmo.
Shinsou abriu a caixa de papelão cuidadosamente, e de lá tirou um cérebro da estimativa de uma laranja, tão aparentemente saudável que seria normal querer dar uma mordida no mesmo. Os dois tomaram cuidado no momento que o arroxeado se afastou e jogou o cérebro lá dentro, Katsuki puxou Shinsou pelo braço quando uma fumaça enorme subiu alto até o teto.
Acompanharam com os olhares curiosos a fumaça tomando a forma de uma caveira de dentes afiados cuspindo fogo, aquilo soou mais divertido do que o esperado para eles que ficaram admirados. Mas, quando Katsuki se virou por um minuto, somente Shinsou viu a fumaça tomando a forma de uma máscara teatral, antes de se desfazer e a vaporizar no ar.
— Viu isso? — O arroxeado cutucou distraidamente o braço de Bakugou enquanto olhava na direção do caldeirão tomado apenas por bolhas e nenhuma fumaça em forma de máscaras.
— O que? — Se virou por fim após tirar uma aranha que subia em suas costas, ele olhou para Shinsou a espera de uma resposta, mas o arroxeado apenas deu de ombros e balançou a mão.
— Oh, nada. — Deu de ombros. Hitoshi fez um pouco de força para segurar o caldeirão pesado nas mãos, e conseguiu na segunda tentativa quando Katsuki correu até ele para ajudá-lo e conseguiram os dois colocar o caldeirão num forno tão grande quanto aquele laboratório.
— Isso é algo muito perigoso? — Katsuki perguntou em um sussurro curioso após fecharam a porta do forno e se afastarem rapidamente. Hitoshi assentiu com a atenção fixa naquele caminho ecoando barulhos grotescos e uma fumaça amarelada saindo infinitamente
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Masks
RomanceEm um internato religioso onde aparências significavam poder, Denki Kaminari era um dos rapazes que usava a máscara de jovem dedicado com inocência para conseguir o que desejava. Hitoshi Shinsou era o aluno novo que chegará recentemente ao local, co...