Capítulo 33

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Aviso: esse capítulo pode conter gatilhos

30 de outubro de 1967 - Flórida

"Mr. Sandman" tocava baixo na vitrola esverdeada sobre a janela da cozinha, ressoando pelo local decorado por abóboras com expressões assustadoras, morcegos de papel coladas na parede e doces no extenso balcão de madeira.

Os pés descalços do arroxeado se moviam silenciosamente no chão, a criança de quatro anos tentava ao máximo não causar nenhum barulho com o coro pequeno encolhido a cada passo. Suas íris púrpura brilharam intensamente ao ver todo tipo de doce que adorava no balcão, andou um tanto mais rápido, seu sorriso era tão grande e animado que chegava a doer as bochechas vermelhinhas.

Mas ao chegar perto um bico triste se formou nos lábios, pois, era alto demais para sua altura.

Porém a vontade de encher a barriga de doces era maior. Estreitou os olhos quando viu uma cadeira na beirada, a ideia surtindo tão rapidamente quanto o pequeno que se apressou em pegá-la e arrastão com dificuldade para perto do balcão. Subiu cuidadosamente na cadeira, as pernas tremendo pela falta de equilíbrio, mordia os lábios de forma ansiosa, cada segundo parecendo uma eternidade devido o tamanho, mas tudo valendo a pena no momento em que chegou no topo.

Arregalou os olhos com a tigela contendo várias candy corn dentro, podia quase sentir o cheiro doce como carícia na respiração. Esticou lentamente a mão pequena naquela direção dos doces fantásticos, mas num rápido movimento seu corpo fora erguido da cadeira, lhe fazendo gritar assustado.

Olhou rapidamente para os lados, o corpo começando a tremer pela pessoa usando uma máscara de Frankstein verde, Shinsou tomou coragem para olha-lá, e, quando finalmente percebeu de quem se tratava ele Choramingou frustrado.

Okaasan! — Reclamou com os olhos marejados, o coração batia rapidamente ao ver a mulher de longos cabelos roxos lhe segurando.

Uma gargalhada marcante como a de Hitoshi preencheu a cozinha, sua mãe retirou devagar aquela máscara do rosto, podendo revelar as íris púrpura e o sorriso brilhante nos lábios. O rapaz esfregou seus dedinhos sobre os olhos rapidamente, um bico entregava como estava assustado com aquela máscara e sentia que poderia chorar a qualquer segundo.

— Oh não chore meu príncipe. — A mais velha o abraçou gentilmente, colando o corpo pequeno contra o seu e afagando suas costas devagar. — Te assustei?

Okaasan… Não use essas coisas de terror, tenho medo! — Fungou segurando nos fios roxos da mulher e esfregou a bochecha no ombro da mesma.

— Mas é Halloween em algumas horas! — Riu o colocando numa parte livre de doces sobre o balcão, ela se apressada em deslizar os dedos delicados nas bochechas do rapaz que estavam começam a ficar levemente molhadas.

— M-mas eu não gosto de coisas assustadoras! — Insistiu  Cruzando os braços.

— Sabia que eu vi meu primeiro filme de terror na sua idade? — Exibiu um sorriso antes de apertar fraquinho o nariz do filho.

— Mesmo assim, Eu não gosto! —Estremecia apenas com a possibilidade de ver pessoas fantasias de monstros e usando máscaras assustadoras nas ruas. Sim, as crianças ganhariam doces, mas era apavorante.

A mulher suspirou, em seu claro tom compreensível ela guardou a máscara num cantinho onde os olhos igualmente púrpura vividos do filho não batessem. Conseguiam carregar a mesma personalidade doce, gentil, curiosa, apaixonados por coisas consideradas adoráveis como a Disney, mas o interesse da mais velha com coisas sangrentas e beirando ao horror o rapaz não teve a "sorte" de herdar. Ela sabia que o arroxeado nunca acabaria sendo alguém que tivesse admiração por coisas obscuras.

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