Capítulo 30

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Sentiu vontade de chorar durante a noite inteira, e a madrugada pareceu ter sido pior quando lágrimas grossas embaçaram completamente sua visão mas Denki não conseguia colocá-las pra fora.

Parecia dezembro de 68 de novo.

No relógio preso a parede amarelada marcava quatro e cinco da manhã, havia dormido somente duas horas, apesar do extremo cansaço psicológico precisava arranjar desculpas Shinsou continuar dormindo e ninguém desconfiar que ele havia faltado as aulas junto a missa.

O corpo em cima do seu não pesava quase nada, era suave como algodão e a destra do loiro conseguia capturar as curvas de Shinsou gentilmente usando a ponta dos dedos. Passou a olhá-lo demais, as bochechas estando pressionadas no peito nu de Denki só mostrava como era macia e morninha por estarem coradas. E o cheiro doce, mais forte que qualquer perfume na qual havia sentido, o deixava tão calmo quando ver Shinsou aninhado contra si.

— Toshi… — Chamou baixinho, o arroxeado, sensíveis e alertas a qualquer som, franziu o cenho com resmungos deixando os lábios. — Eu preciso levantar para resolver umas coisas…

My eyes are heavy…( Meus olhos estão pesados.) — Murmurou manhoso e Denki o encarou surpreso. Hitoshi parecia inerte a pequenos sonhos que não lhe deixavam próximo a atual realidade ainda.

— Em japonês, gatinho. Assim eu não entendo… — Acariciou o cantinho dos olhos fechados do arroxeado com um sorriso nos lábios, mas foi bombardeado por resmungos do rapaz que começou a esfregar preguiçosamente a bochecha no peito de Denki. Conteve um suspiro, estava sendo muito fisgado a querer continuar ali para seu garoto, mas o nervosismo em olhar na direção do relógio e ver os minutos passarem estava lhe deixando tenso. — Anda meu amor, acorda…!

— Just five more minutes ... ( Só mais cinco minutos.) — Pediu perdendo o controle da voz, no mesmo segundo a respiração foi ficando mais calma, indicando que estava lentamente pegando no sono de novo. Ah Deus, não estava entendendo merda nenhuma, apesar da situação ser tão fofa que Denki quase infarto.

— Shinsou! — Quase Choramingou frustrado, acabaria cedendo daquele jeito. Aproximou o rosto para perto do arroxeado e deslizou a pontinha do nariz na bochecha dele para depois distribuir beijos rápidos na mesma. — Abre os olhos, por favor.

Tão lentamente quanto a própria respiração num momento sonolento, Shinsou abriu os olhos. Dada a bela visão de um loiro lhe observando em silêncio, não percebeu as bochechas corando além de Denki, talvez pela vergonha em ter trocado seu idioma novamente. Estava tão longe assim?

— Desculpa, fiz de novo… — A voz do arroxeado saira arrependida e envergonhada.

— Tudo bem, é fofo. — Sorriu um pouco. — O que você disse?

— Que meus olhos estavam pesados… E Pedi mais cinco pra dormir. — Respondeu com um bico nos lábios, Denki jurou estar num sonho e nem para um caralho queria acordar, mas ainda tinham muito pouco tempo, merda.

— Você vai ter mais do que cinco minutos quando eu voltar. — Disse como uma promessa. — Agora vamos levantar, sim?

Os dedos de Shinsou foram ao encontro dos olhos do loiro, tocaram superficialmente as pálpebras que tremeram diante daquilo após se fecharem por reflexo. Denki franziu o cenho confuso, e quando os abriu, revelando as íris douradas iluminando na escuridão, teve os polegares delicados do arroxeado deslizando lentamente abaixado dos olhos, soava preocupado.

— O que está fazendo, hm? — Perguntou num sussurro curioso. Hitoshi afastou os dedos apenas para segurar na mandíbula do loiro gentilmente.

— Vendo se você chorou mais…

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