Masks

Capítulo 20

N/a: Coloquem pra tocar "i wanna be yours" na primeira palavra do parágrafo que estiver em negrito. Boa leitura ^^

Shinsou achava inocentemente que não havia como piorar, como se odiava por ter coragem em enfrentar certas pessoas, mas continuar com aquela maldita ingenuidade.

Logo quando sentia o frio da cadeira naquela sala machucando seu corpo rudemente, havia uma mini televisão posta na mesa, e atrás dela, a madre Superior lhe encarando com aquele sorriso psicotico.

— Sabe o que veremos hoje? — Ela perguntou, começando a segurar uma fita em cima do aparelho de fitas k7.

— Espero que algo envolvendo freiras sendo massacradas. — Respondeu num murmúrio, acabou por ouvir aquela risada seca preenchendo até as paredes da sala. Queria vomitar todas suas poucas coisas que havia ingerido naquele dia.

— O circo. — Ah, aquelas palavras realmente o fizeram perder o ar e precisar buscar apoio apertando os dedos na mesa de madeira. Colocou os pés na mesa quando a madre colocou rapidamente a fita e ligou aquela TV, Shinsou pôs força nas pernas enquanto tentava empurrar aquele móvel, mas ela parecendo mais forte a manteve parada. — Calma, calma, eu chequei e quase não tem p a l h a ç o s.

— Você é uma filha da puta doente. — Grunhiu sentindo a garganta sendo estrangulada ao ver o início das imagens em preto em branco, se forçou a fechar os olhos e rapidamente tampar seus ouvidos, mesmo assim pode ouvir a voz dela soando alta.

— Sabe que merece tudo isso, Shinsou. Sempre é culpa sua. — O tom de voz o fez abrir os olhos e retirar as mãos dos ouvidos. Abriu a boca para emitir qualquer som que fosse, o cenho se franziu tanto pela repentina dor de cabeça, e ele acreditou naquelas palavras. Não deveria ter batido em Sero, era um monstro que teve culpa por tudo que fez. — Tudo pode acabar se pedir desculpas.

Nem estava prestando atenção no decorrer do filme considerado um terror dirigido por uma psicopata, só tinha ela em seu campo de visão, ele nem enxergava o tamanho ódio pela madre superior. Entreabriu os lábios que tremiam como se estivesse tendo uma crise de hipotermia, reuniu coragem para começar a pedir desculpas, quando a porta foi bruscamente aberta e uma das freiras adentrou o local apavorada. A madre rapidamente desligou a TV e se levantou com os olhos arregalados.

— Irmã, a capela está pegando fogo! — Exclamou aflita, Shinsou ainda não se mexeu, só tendo a reação de sentir um cheiro de fumaça vindo de fora daquela sala.

— Santo Deus, vamos reunir todos no refeitório. Shinsou querido, nos acompanhe. — Deu a volta na mesa, a outra freira Murmurou palavras indistinguíveis, e antes de sair, a madre Sussurrou próximo ao ouvido do arroxeado. — Depois terminamos nossa seção de cinema, ok? — Sorriu antes de correr para fora da sala, não se importando dele permanecer lá, pois estava estático quase esquecendo de puxar ar para os pulmões.

Ficava encarando a TV, pensando em quebrar e usar o vidro, ou ficar sentado querendo chorar e não conseguindo até a fumaça da lhe impedir de respirar, acabando com aquilo de uma vez por todas. Antes que pudesse mover os músculos, Denki apareceu correndo na sala, arfando e indo em direção ao arroxeado e o erguendo rapidamente pelos braços.

— Shinsou, Shinsou. — O sacudiu firmemente, as íris púrpura opacas parecendo voltar a vida ao ver o Loiro a sua frente. — Eu tô aqui, anda vamos.

— Denki? — Perguntou com o cenho franzido, ainda confuso e achando aquela cena uma miragem da própria cabeça.

— Eu prometi que sempre te protegeria. — Sussurrou, segurando na mão do arroxeado e o levando as pressas para fora, o rapaz se forçava a não cair pelo efeito desnorteante no corpo. Denki ficou sério enquanto retirava um pano do bolso e entregava para Shinsou, pedindo gentilmente para colocá-lo no nariz por conta da fumava, olhava constantemente na direção dele, checando se não teria uma crise a qualquer momento enquanto andavam em meio aquele caos. — Não importa a quantidade de vezes que eu precise deixar minha máscara cair.