Aviso:
Esse capítulo contém cenas explícitas de abuso infantil, se for sensível ou não conseguir ler, pule as partes em itálico.Denki nunca sentiu-se encaixado no meio das outras crianças.
Ele trocava a companhia de pessoas por uma pilha de livros difíceis demais para a sua idade. A falta das palavras no meio da socialização também era um problema que todos levavam como timidez, contudo, o mesmo não achava que conversar era algo mais necessário do que estudar, ler, ou fazer o mínimo para sobreviver. Por isso sempre tirava notas altas, sua enorme capacidade de guardar das coisas mais importantes até as mais desnecessárias lhe trazia problemas para dormir, a mente não parava de processar cada momento que acontecia em sua vida. No meio de tudo ele era um garoto inteligente, o nerd da classe, o sem amigos e que todos achavam inofensivo por nunca retrucar alguma provocação.
Para sua mãe, ele era perfeito. Mais perfeito de que o próprio marido.
Ninguém possuía os marcantes olhos dourados, amarelados e escuros. Seus fios loiros tão sedosos, longos, a pele alva andando lado a lado com um corpo maduro demais para sua idade.
Denki Kaminari carregava uma maldição em sua beleza.
Na noite de quinta feira, Kaminari sentia-se cansado. Mas, um cansaço extremo que deixava seus músculos impossibilitados de fazerem os mínimos movimentos, pois estavam ficando pesados. Cada vez mais pesados, tentava assistir o programa favorito na televisão. Sentada a sua frente, a mãe do loiro não retirava as orbes opacas do filho, nunca piscando, observando cada gesto em que Denki ficava incapaz de se mexer.
Após alguns segundos sentindo apenas a textura do sofá esverdeado, ouvindo o chiado da televisão fora do ar, Kaminari perdeu a capacidade de se mover.
— Okasan… — o murmúrio saira angustiado de seus lábios, suas íris se arrastaram rapidamente para os lados em meio ao desespero. — Me a-ajuda, não consigo me mexer…
Queria sair daquela situação, o medo lhe consumia e era a única coisa na qual conseguia sentir até nos próprios ossos. Ouviu o ranger do sofá, som de passos foram ficando cada vez mais alto, até estar perto de si. Não conseguiu ter ciência do corpo sendo pego no colo, ele enxergou a mãe através da visão minimamente embaçada, seubrosro se encontrava seria, livre de qualquer expressão que denunciasse o que faria. E foi tal dificuldade para decifrar suas reais intenções que lhe encheu de medo.
Subiram a escada em meio ao momento silencioso, Denki pensou que seria posto na cama para dormir, e no dia seguinte tudo não passaria de um pesadelo ruim. Mas não, foi levado para o quarto da mãe, só haviam os dois em casa, e mesmo assim ela trancou a porta. Franziu o confuso, o corpo pequeno fora posto gentilmente na cama onde um dia seu pai também estivera nela.
A mulher suspirou baixo, perante o olhar angustiado que Kaminari passava ao olhá-la, era algo composto por uma enorme gratificação. Ser alvo daquelas íris douradas, mesmo as pupilas estando dilatadas pelo alto nível de drogas ingeridas no sangue, o garotinho ainda conseguia ser o humano mais lindo do mundo.
— Preciso confessar algo, um segredo que venho mantendo durante todos esses anos… — O Sussurro da loira parecia carregado de nuances perversas enquanto dava passos na direção do garoto imobilizado. — Desde seu nascimento, eu tive sim olhos para outro homem, alguém que nunca foi seu pai.
Os movimentos feitos deixaram a mente de Denki ainda mais confusa, pois a blusa de sua mãe começou a ser retirada pela mesma. Uma sensação incomum, sendo exatamente aos momentos que possuía quando sua mãe lhe olhava por tempo demais, contudo ele fingia nunca perceber. Medo extremo.
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Masks
RomanceEm um internato religioso onde aparências significavam poder, Denki Kaminari era um dos rapazes que usava a máscara de jovem dedicado com inocência para conseguir o que desejava. Hitoshi Shinsou era o aluno novo que chegará recentemente ao local, co...