Não conseguiu acreditar que havia chegado a aquele ponto de ter negado a ordem da madre superior.
A mente fervilhava ao deixar Shinsou na enfermaria, seus pensamentos o impedindo de achar alguma solução para livrar o arroxeado daquela maldita punição. Maldita velha psicotica. Ele entrou hesitante naquela sala completamente branca cobertas de armários com remédios e macas, pode ver Hitoshi sentado em uma delas, sua expressão séria e contida pela dor em sua mão.
Denki respirou fundo, não havia nenhuma enfermeira, estava óbvio que estariam focadas em cuidar apenas do sero.
O loiro andou as pressas até um dos armários com a expressão nada amigável, pegou esparadrapos, algodões e álcool. Shinsou mantinha a cabeça baixa assim que Denki parou ao seu lado, o loiro de alguma forma sabia o que significava aquele silêncio e tensão vinda do arroxeado. Apesar da pressa Kaminari segurou com cuidado a mão machucada do rapaz, mergulhou uma pequena quantidade de álcool e esfregou sobre o sangue nas feridas, aquele ardor fez com que Shinsou puxasse a mão de volta mas Denki a manteve firmemente enquanto deslizava o algodão.
— Eu mandei você não fazer isso. — Denki Murmurou com o cenho franzido pela mão do arroxeado querer se soltar a cada ardor nos machucados. Sabia perfeitamente como era, mas precisava manter sua calma, pelo canto dos olhos viu Shinsou contendo expressões desconfortáveis por aquele ardor, ele parecia travar uma guerra interna que doía mais do que aqueles machucados.
— Você quer que eu peça desculpas por ter batido nele? — Resmungou, a voz baixa e irritada fazendo com que Denki colocasse sua mão em cima da maca silenciosamente.
— Pouco me importa aquele merda, Shinsou. — Tocou o ombro dele e sacudiu levemente. — O que me importa é você, caralho, eu não quero que te machuquem!
Hitoshi olhou na direção do loiro segundos após ouvir aquelas palavras, Denki queria pensar nele mesmo e no seu deslize em agir daquele jeito, mas como poderia pensar em si próprio quando se tratava de Shinsou? Cacete, ficou em total silêncio enquanto desenrolava um pedaço de esparadrapo, o arroxeado mordeu o inferior com aquele sentimento de culpa ao lembrar de Denki lhe defendendo no refeitório. Por que se arriscaram? Quando ele começou a cobrir sua mão devagar, um fio de voz escapou dos lábios do arroxeado;
— Não suportei pensar nele te machucando. — Confessou baixo e os movimentos do esparadrapo em volta de sua mão pararam, as íris douradas do loiro subiram lentamente na direção de Shinsou que estremeceu brevemente com aquela intensidade.
— Mas não em público, não deveria ter me desobedecido. — Sussurrou, sentindo automaticamente a garganta apertar pela consequência de, o arroxeado olhá-lo no fundo dos olhos, deixando claro que não pediria desculpas, e ter de imaginar ele sendo punido severamente. Como iria protegê-lo agora?
Voltou a enrolar o esparadrapo ao redor da mão dele, até perceber o movimento do arroxeado levando o braço até no meio dos dois, ergueu a cabeça quando viu seu dedo mindinho erguido na direção do loiro. Ele franziu o cenho assim que terminou o pequeno curativo e a colocou cuidadosamente sobre a maca.
— O que é isso? — Perguntou, Shinsou apenas fez um sinal para que Denki fizesse o mesmo enquanto abaixava e levantava o próprio mindinho. Kaminari usou o dedo pedido e encostou no do arroxeado, se surpreendeu quando ambos foram entrelaçados e Denki foi puxado para perto com aquele gesto pequeno.
— Uma promessa. — Respondeu baixinho, intercalando o olhar entre seus mindinhos e a expressão decidida do arroxeado, Denki pareceu reviver daquela sensação de só restar apenas eles no mundo. — Não vou fazer mais isso em público, mas, acima de tudo, não irei deixar que mais ninguém encoste em você.
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Masks
RomanceEm um internato religioso onde aparências significavam poder, Denki Kaminari era um dos rapazes que usava a máscara de jovem dedicado com inocência para conseguir o que desejava. Hitoshi Shinsou era o aluno novo que chegará recentemente ao local, co...