20 de abril de 1968 - Flórida
" Seu avô morreu em alto mar. Sinto muito."
Aquela não era a notícia que desejava receber em seu aniversário de cinco anos.
O pequeno antes tinha um sorriso nos lábios após fazer um belo desenho dele junto ao avô, mas quando Aizawa entrou em seu quarto e despejou aquela notícia, o sorriso do arroxeado se perdeu completamente.
Aizawa sequer abaixou na altura dele para o cobrir de um abraço reconfortante, apenas deixou o cômodo, deixando assim Shinsou sozinho encarando o desenho na qual Keita nunca veria.
Lágrimas grossas deixaram os olhos, aquela dor no peito o deixou com dificuldade para respirar e as mãoszinhas buscaram puxar a blusa afim de aliviar aquela sensação. Mas elas não foram embora, continuaram ali durante minutos que seu choro saiu quebrado dos lábios. Pensou somente que a mãe tinha ido para o Japão, o lugar mágico onde ela estava sendo feliz, e agora seu querido avô pirata se foi no mar.
Em meio a euforia pesando seus sentimentos como rochas, Shinsou fechou os olhos, apertando-os bem e se apegando a nuvem de pensamentos que o fizeram acreditar que seu vovô partiu para uma longa viagem de pirata, na qual o arroxeado não conseguiria ir por ser pequeno demais. Mas um dia, ele o encontraria, junto de sua mãe, só não sabia como, porém todos ficariam bem.
Shinsou colocou um sorriso no rosto, agradecendo mentalmente pelos sentimentos ruins irem embora, e saiu do quarto apenas nas pontas dos pés. Os homens altos carregando brinquedos engraçados na cintura e nas mãos os olhavam de forma indiferente, ele via cada um como trolls gigantes, extremamente mal humorados que não eram capazes de fazê-lo perder as risadas enquanto passavam por cada um.
Aizawa se encontrava na sala escura, que segundo a visão de mundo do arroxeado, era uma parte pouco humana e nada colorida onde o pai passava o dia todo com carranca no rosto.
Então ele pode sair pela porta dos fundos sem ninguém ver, seus pés descalços tocaram a grama molhada pela chuva, e os olhos ficaram pequenos conforme o sorriso crescia devido a sensação engraçada. O som das risadas foi diminuindo, quando viu o portão do enorme jardim aberto, a mansão onde vivia era tão cercada de vegetação que de alguma forma afastava quem passasse por perto.
Aquilo o atraiu.
Foi com passos calmos até ele, tomado pela animação quando chegou até o enorme portal de ferro, e pode pisar no outro lado, onde os olhos acabaram se fechando devido a forte claridade que os invadiram. Era um parquinho.
Com um garotinho.
Hitoshi arregalou os olhos, sua curiosidade o levando a andar mais animado ao ver o outro pequeno de Curtos cabelos loiros sentados na areia macia, parecia triste apenas brincando com ela entre os dedos.
— Olá! — Shinsou exclamou sorridente, o tom assustou o garotinho que rapidamente se colocou de pé e foi pra longe do arroxeado. — Oh, desculpe, não quis assustar você.
Tentou ir para perto, mas a cada passo ele se afastava, sua cabeça de repente ficou baixa e o mesmo ficou incapaz de olhar para Shinsou. O rapaz Tombou a cabeça para o lado, achando graça do rapaz tímido.
— Sou o Shinsou! Eu moro naquele castelo ali! — Apontou para trás. Os olhinhos pequenos do desconhecido seguiram acanhados naquela direção, e de repente se tornaram amedrontados quando viu onde era.
— V-você vive com A-Aizawa? — Havia temor na sua voz, que Shinsou na época, tomado por uma névoa de relaxamento, não soube decifrar o que era.
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Masks
RomanceEm um internato religioso onde aparências significavam poder, Denki Kaminari era um dos rapazes que usava a máscara de jovem dedicado com inocência para conseguir o que desejava. Hitoshi Shinsou era o aluno novo que chegará recentemente ao local, co...