Meu Amigo (NÃO) Imaginário - (Saiko Boneco) - (2° temporada)

Retomada

Pov. Autora

Ha 8 anos atrás, um menino de uma família normal havia entrado em contato com seres do outro mundo, e por muito tempo, considerou um deles como um amigo.

Atualmente, o menino já está fora da casa dos pais, está cursando o 2° ano do ensino médio, e está instalado em um dos dormitórios pagos oferecidos para os estudantes. Mas, antes de tudo, como tudo foi parar aqui?

Bem, depois de uma briga ainda com seus 8 anos de idade, o menino cujo se chama Ycaro, acabou expulsando os demonios da casa, e trancou os antigos bonecos e coisas demoniacas dentro de uma caixa no antigo porão.
Se passando alguns anos, a vida tinha continuado normal, mais infelizmente o pequeno nunca mais foi o mesmo, começou a desenvolver alguns problemas de confiança, tinha péssimas notas em trabalhos em grupo, e andava solitário na escola por decisão própria. Quando seus pais estavam pensando em o mudar de escola, Ycaro ouviu a conversa e decidiu para si mesmo que seria melhor para todos se ele pudesse morar longe, assim seus pais não sofreriam.

Como uma alternativa boa na visão do garoto, ele por conta própria focou nos estudos e fez pesquisas de escolas com internatos, e com sucesso, ganhou uma bolsa para que seus pais não ficassem com maiores prejuízos. No final Ycaro conseguiu convencer os adultos a deixarem ele ir, e acabou que a única ajuda monetária nescessária vinda dos seus pais, foi a própria conta do dormitório, que André bateu o pé que pagaria para que o filho não tivesse que se preocupar com trabalho de meio período e demais correrias da vida.

A escola escolhida por Ycaro foi uma em São Paulo, era uma escola chique, e por isso era mais afastada e tinha um terreno gigantesco só para si, com ônibus fretados que levavam quem quisesse para fora da grande área de ensino, para o centro da cidade.

Na teoria, o quanto mais distante do povo de Fortaleza estiver, melhor pra ele. Por dentro ele teve sim sentimento de tristeza e saudades da vida com seus pais, mais faria de tudo pra que eles não tivessem que sofrer com nada, e isso incluía sumir para bem longe.
O primeiro ano na escola foi o de sempre, nenhum amigo, e uma vida solitária, tudo por opção própria e claro. A única coisa que aprendeu bem, foi fingir para ter notas melhores, pois fingindo amizades, suas notas em grupo deram uma incrivel melhorada.

Sobre seu quarto, nada de muito especial, tinha pegado um quarto simples, mas que era confortável e acessível. O preço mensal é de 250 reais, já que é um quarto único e com cama de casal.
O quarto mais barato que a escola oferecia era o que você teria que dividir com mais um estudante, ficando assim 100 reias, porém como Ycaro não queria ter que dividir um quarto com alguém, escolheu o outro estilo e ponto final.

É claro, como é uma escola de porte alto, na área dos internatos haviam quatro prédios, 2 do A, e 2 do B. Dois do classe "B" eram para estudantes obviamente de baixa renda, e de classe média baixa, já os outros dois do lado, classe "A", eram para os classe média alta e riquinhos.
Obviamente os prédios "A" eram muito mais bonitos e tinham muitas qualidades a mais doque os prédios para estudantes "pobres", como os proprietários do prédio "A" chamavam.

Porém Ycaro pouco se importava com luxos, já era grato infinitamente pela ajuda que seus pais davam, e isso ele também jurou um dia recompensar.
É claro, não ter um banheiro próprio era sim uma das coisas que Ycaro teve que enfrentar, na verdade seu quarto até tinha um banheiro, mais só tinha uma pia e um vaso, nada de chuveiro, e já que tinha que ir no banheiro comunitário que ofereciam, ficar esperando o time de futebol todo tomar banho demorava mais doque qualquer fila do mundo.

Porém, essas foram coisas que Já passaram, e agora, Ycaro já vai começar o 2° ano! E é daqui, que a nossa história começa...

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Pov. Ycaro
São Paulo, 10:30 AM - Sábado
Dormitório

Deitado na cama com meu notebook em cima de mim, estava ouvindo música enquanto terminava de fazer algumas edições em um futuro pôster que ficara exposto no pátio para futuros novos estudantes.
Não queria estar fazendo isso, mais só porque uma vez fiz um slide bonito em uma apresentação, fui obrigado a participar do grupo que organiza preparativos para os calouros. Não é um trabalho cansativo, mas ainda sim ia preferir ficar deitado até tarde ouvindo apenas minhas músicas.

Ouvindo uma notificação atrapalhar a batida e o cantor, troco de tela e vejo que estão chamando algumas pessoas do grupo para irem colar alguns dos vários cartazes que já estavam prontos e impressos, e adivinha, colocaram bem o meu nome pra comparecer lá, incrível...

Suspirando pra tentar manter a calma, e quem sabe ganhar um pouco de ânimo, salvo a foto e desligo o computador. Acho incrível como gostam de me chamar para tudo quanto é atividade, mesmo eu já dando claros sinais de que não quero e nem gosto.
Indo agora na cômoda com minhas roupas, já que o quarto não é grande o bastante para um guarda roupa, tiro o pijama que vestia e coloco minha roupa básica.
Minha Regata preta e sueter branco, a calça moletom preta com listras brancas ao lado, e por fim minha toca, mas antes, como sabia que teria que andar pra lá e pra cá, decidi prender meu cabelo em um rabo de cavalo, afinal, ninguém merece ficar com o cabelo todo grudado e suado, né?

Me vendo no espelho que instalei na parede ao lado, vi que já estava ao menos descente e sai do quarto, trancando a porta e indo em direção ao pátio, que fica agora dentro da própria escola.

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Chegando lá vi que tinham só mais 3 pessoas junto comigo, também tão desanimadas quanto eu, até por que ninguém quer ficar andando pela escola em pleno sábado. Quando entregaram o material todos foram para um lado e começamos a grudar os pôsteres com fita.

Ouvindo alguns buchichos vindo de todos os lados, eram os riquinhos rindo, não só de mim, mais de todos do grupo que estavam trabalhando, eles sempre fazem isso, já que nunca são chamados para fazer esse tipo de serviço, ficam nos cantos rindo e desprezando os que tem que fazer nos seus lugares, povo ridículo na minha opinião.

Subindo alguns degraus da pequena escada portátil que levava pra poder colar os pôsteres o mais alto possível, sinto alguém dar leves cutucadas na minha perna, fazendo o cartas que eu ainda tinha colado só uma ponta capenga pro o lado. Olhando pra trás, era só um estudante qualquer que carregava várias malas e parecia mais perdido que cego em tiroteio.

Aluno: com licença, você poderia me dizer aonde ficam os dormitórios classe "B"? - perguntou tímido e com uma voz meio travada, dando pra ver que tava com medo.

Ycaro: Sim, claro - disse descendo as escadas - É só passa pela saída alí, seguir retão pra direita, e depois quando chegar no centro dos prédios, tu vai pra direita de novo. Se ficar muito perdido, assim que sair daqui vai ter um muro com um mapa da escola inteira, então é só dar uma olhada.

Aluno: Ah sim, obrigado - disse com a voz um pouco menos travada, mostrando que pelo menos o medo tinha passado.

Ycaro: dinada - disse me virando e subindo de novo os degraus, vendo pelo canto do olho que ele seguia a direção que mandei.

Ajeitando novamente o pôster no lugar, um grupinho que passava atrás de mim falou:

- Arruma isso direito em loirinho, ou se não a gente vai ter que arrancar - disse alto para que eu pudesse ouvir.

E continuando a andar com seu grupo que agora ria, eu me segurava pra não cair no soco bem alí. Esses caras irritam, mais ter que ficar a tarde inteira aqui irrita mais, então é melhor me apressar, afinal, minhas séries e vídeos não vão ser vistos sozinhos!

Contínua... .