Um Novo Amiguinho

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Pov. Ycaro
São Paulo, 11:02 AM - Sábado
Pátio da escola

Terminado de colar o último pôster que me deram, vou até uma das mesas do refeitório onde estava o professor responsável pela organização e devolvo a fita e a escada que foram dadas.

Ouvindo um mini discurso de como fui de grande ajuda, e de como aquilo era muito importante e blá blá blá, me despeço dele, educadamente é claro! E saio do refeitório, ficar andando pra lá e pra cá nesses corredores me deu fome!
E como sou esperto pra comida, sei um dos truques pra economizar comprando besteiras por aqui. Aqui mesmo no refeitório já tem máquinas de venda dessas coisa, mas como são várias e ficam obviamente mais aparentes, os preços são incrivelmente caros! Porém, saindo daqui e dando uma volta pra trás do pátio, tem uma área antiga que tá bem feia, usada normalmente até pro povo que cabula e gosta de fumar umas coisas... Suspeitas.

Mas, quem sou eu pra fazer alguma coisa né? Desde que não venham buscar briga comigo, podem passar a tarde inteira alí, mais voltando para o assunto de comida! É bem nessa área que tem 2 máquinas de vendas bem antigas, que por algum motivo sempre são abastecidas mesmo estando teoricamente "jogadas", meu palpite é que são os próprios alunos e professores que reabastecem ela.
Nelas tudo fica quase pela metade do preço, e é claro, serve como uma boa fuga pra bolar uma aula e bater uma boquinha, já que nunca vi nenhum inspetor ao menos passar por aqui, já devem saber que aqui nem sempre anda um povo legal...

Ignorando tudo isso, já pego umas moedas que tinha deixado no bolso e fico de frente pra máquina de doces. Sempre gostei mais de salgados, mais como as únicas duas máquinas são uma de refrigerante e uma de doce, melhor comer isso do que nada.
Escolhendo uma pequena barrinha de chocolate por 2 reais, a máquina faz alguns barulhos de processamento e logo derruba a barra na gaveta. Quem sabe um docinho não seja o que eu precise pra dar uma alegrada no dia! Tentando achar as pontas certas da embalagem pra abrir o doce direito, começo a ouvir uns barulhos de algo mexendo na grama.

Olhando em volta não vejo ninguém, mas ainda continuava ouvindo algo como se estivesse se remexendo. Resolvendo ignorar o barulho, começo a ouvir um barulhinho bem baixinho, como se fosse um metal batendo. Agora incuncado com o que era isso, descido abrir a barra mais tarde, e guardo ela no bolso junto com as outras moedas.

Seguindo o barulhinho metálico, vejo que tinha uma caixa de papelão bem no canto de uma parede mais afastada de onde eu estava, chegando perto, mais ainda alguns passos distantes da caixa, começo a pensar nas possibilidades daquilo alí não ser na verdade uma macumba das brabas, quem sabe?!

O povo que passa por aqui já não é muito pacífico, quem sabe o que eles fazem nas horas vagas. Ainda olhando a caixa por um tempo, começo a escutar uma espécie de, miado???
Pera, macumba não mia!!

Chegando agora definitivamente perto, abro os dois lados da caixa e vejo alí um gatinho! Ele era branco e contia várias manchas laranja por todo corpo, estava deitado em cima de uma almofada roxa bem grande, e do seu lado tinha uma folha dobrada, e uma coleira com um nome gravado pendurado em um circulo pintado de dourado.
Vendo que o gato ainda era relativamente pequeno, ele começa a miar quando me ve, assim parando de brincar com a coleira, que era a fonte de todo esse barulhinho.

Pegando a folha enquanto fazia carinho em sua barriguinha que estava para cima, começo a lê-la:

" Olá, não estou mais em condições pra cuidar desse gatinho, e por não ter lugar para o deixar, espero que alguém de bom coração pegue-o e o leve em segurança.

Ele ainda é novo, e só tem 1 mês de vida, mas já o treinei e ele agora só atende pelo nome "Greg". Deixei sua coleira, pode usar se quiser, ou então pode jogar fora, não posso escolher por você.

Meu Amigo (NÃO) Imaginário - (Saiko Boneco) - (2° temporada)Onde histórias criam vida. Descubra agora