Pov. Autora
São Paulo, 15:20 - Domingo
DormitórioYcaro andava de um lado para o outro, com a mão ainda na boca, seus olhos emitiam a sensação de surpresa e medo, Greg o encarava sentado na cama, e o olhar do bixinho era da mais pura confusão.
Nos pensamentos do adolescente, quem seria o contato misterioso que estava o observando? Por agora, ele não tinha a resposta, já que estava tão distraido comendo que nem se quer viu quem estava o observando levemente de longe. Admitindo ou não, a situação estava começando a ficar cada vez mais tensa, Ycaro se questionava se deveria tentar responder a mensagem, ou se deixaria passar em branco, como se nada tivesse acontecido.
Porém, a última opção não agradava em nada o lado curioso e intrometido de Ycaro, cujo a mão já estava formigando de tanta vontade de voar naquele celular e digitar uma resposta talvez não muito amigável para quem fosse ler do outro lado.
Mas as boas maneiras que foram ensinadas pelos seus pais logo caíram na consciência, e por fim o baixinho acabou só encarando a mensagem na tela do aparelho fixamente.sem vontade de ficar pensando mais e mais sobre o assunto, ycaro trocou de roupa para seu pijama, fechou as cortinas, se jogou com tudo na cama, e pegou seu notebook que guardava na escrivaninha ao lado da cama.
"Se eu não vou ter respostas, então tão pouco vou me importar com essa bosta!" - pensou Ycaro, enquanto entrava na Netflix e retomando qualquer série que tinha deixado no continue assistindo.
Começando a maratonar a série, Ycaro aos poucos foi se esquecendo da mensagem, e assim, passou o resto de seu domingo.
[ . . . ]
No dia seguinte - Segunda-feira
06:20 AMEra o dia, as aulas oficialmente tinham voltado, com o despertador especial personalizado por Ycaro que tocava uma musica remixada de seu pai, o loiro se ve obrigado a levantar.
Se espreguiçando ainda de baixo das cobertas quentinhas, Ycaro ve Greg que dormia em cima da cômoda, também se espreguiçando de barriguinha pra cima. Colocando os pés quentes no chão frio do cômodo, a ideia de cabular pelo menos as duas primeiras aulas vieram rapidamente a sua mente. Mas sabia que teria que fazer alguma atividade chata sobre suas ferias, e ainda iria ter a chance de perder um bom lugar no fundo, como sempre gostou. Então logo buscou um resquício de coragem e levantou de vez, agora calçando seus chinelos.
[ . . . ]
Pov. YcaroFora da área dos dormitórios, já estava nos corredores que davam para as salas de aula em si, buscava com o olhar a tal sala 1, lá estaria a minha turma dos 2° ano.
Achando a sala, entro pela porta aberta e vejo que não ha nenhum professor ainda, então foco rapidamente meu olhar para o fundão e encontro o lugar perfeito, última carteira, perto da parede, e ainda do lado de uma ampla janela, isso sim que é um ótimo primeiro dia de aula.
Me sentando na cadeira nem tão confortável, coloco minha mochila no chão e ao mesmo tempo entre as pernas, não gostava de deixar ela pendurada na cadeira ou muito pra fora da mesa.Agora totalmente "aconchegado", puxo um pouco do fio do fone que havia escondido entre o casaco e a blusa, e aperto o botão do próprio controle do fone, fazendo minha última playlist começar a tocar suavemente entre o aparelho. Assim como o meu pai dizia: uma boa música, pode mudar muito mais do que só seu humor!
É, quem sabe ela realmente não mude meu dia.
[ . . . ]
Tendo a primeira aula com um professor de sociologia antigo da escola, ignorei metade do que ele dizia com a música que ouvia, por ter deixado o cabelo solto hoje, puxei algumas mechas pra frente do fone e ele ficou bem disfarçado. Bem, pelo menos ao ponto do professor não ver e reclamar!
Escrevendo mais algumas linhas para o texto que o professor pediu, vejo uma coisa um pouco interessante, um menino aleatório que havia levantado para ir no banheiro, voltou e entregou um papel discretamente na mesa de um menino. Mas não qualquer menino, era aquele menino que ta sempre andando com aquele cara que sempre anda com um cachecol.
É, parece que ele não teve tanta sorte assim de ficar com o amigo, já que até agora nem sinal do Sr. Cachecol, ou como eu gostei de chamar, Sr. Inverno.
Olhando um pouco mais para a aparência do menino, ele tinha um cabelo tigelinha bem escuro, usava óculos redondos assim como meu pai Tawan usava, e usava um sueter cinza bem brega. Parecia até uma encarnação de um nerd de filmes!
Mas voltando ao assunto do papel, ele pegou e desembrulhou bem cuidadosamente, o papel por não estar enrolado de qualquer forma, fazia parecer que tinha algo bem importante escrito. Como estava longe da carteira do menino, obviamente não consegui ler o que estava escrito, mas pude ver que ele logo foi até a última folha do caderno e arrancou cuidadosamente uma parte generosa da folha, começando a escrever algo rapidamente, e logo depois dobrando os lados com cuidado e simetria.
E como um passe de mágica, mais um menino pediu para ir no banheiro, passou ao lado da mesa do garoto, e saiu apressado da sala, com se estivesse realmente com pressa para ir ao tão desejado banheiro.
Com uma pulga atrás da orelha, e com um tédio da playlist que já estava se repetindo, pego minha garrafinha de água que tinha realmente esquecido de encher, e peço pra sair para enchê-la. Com permissão, saio bem calmo, não queria causar suspeitas nem nada.Chegando no lugar do bebedouro, que ficava um pouco distante de onde ficavam as portas para o banheiro feminino e masculino, aperto o botão da água bem levemente, fazendo sair uma corrente bem fina de água, não estava interessado na água em si, e sim no menino que tinha corrido pra dentro do banheiro.
Ouvindo uma cabine bater forte lá dentro, um silêncio se instala no corredor e o menino logo sai tão apressado quanto entrou, passando reto de mim, e indo diretamente pra sala. Virando minha cabeça novamente em direção ao banheiro, vejo ele encostado na parede perto da porta, seu cachecol cobria sua boca e seu nariz quase se escondia também, seguindo com seu olhar o menino que entrava na sala, seu olhar eventualmente se encontrou com o meu, porém o contato logo foi cortado por ele mesmo, que se deu de costas e entrou novamente pra dentro.
Com a garrafinha já transbordando, enrosco a tampinha e volto para a sala, aonde o professor apagava o que tinha escrito e logo começa a passar mais atividades. Me sentando, vejo que por um momento o menino de óculos olhou rapidamente para trás, mas foi tão breve que qualquer um podia jurar que estava apenas buscando algo com o olhar.
E com um leve susto, um barulho de notificação toca pelos dois lados do fone, eu tinha recebido novamente um SMS.
"Mistério: Não deveria usar fones de ouvido na aula, alguém poderia querer falar com você."
Contínua... .
(Edit da Autora: Foi mal a falta de capítulos, não estava bem esses dias pra trás, tinha ficado doente e ainda por cima com bloqueio criativo...
Mas voltei 😔✊)
VOCÊ ESTÁ LENDO
Meu Amigo (NÃO) Imaginário - (Saiko Boneco) - (2° temporada)
Terror[ 2° TEMPORADA ] Agora em uma vida mais solitária e alerta, Ycaro não está mais no conforto dos braços dos pais. Fora de casa, em um lugar cercados de talvez novos amigos, será que Ycaro vai saber diferenciar cada um? Mesmo traumatizado, e tendo cer...