Passaram-se dias, semanas e meses, e o casal estava cada vez mais próximo. Caminhavam durante as tardes pelo jardim.
O Duque amava ouvi-la tocar, o paraíso criado por ele era agora seu refúgio em comum. Passavam horas conversando um com outro na tranquilidade do lugar e longe dos comentários maldosos talvez inconvenientes, de Louise e Elizabeth.
A menina ainda se lembrava dos elogios afáveis que recebeu do marido enquanto tocava piano divinamente.
" Amo ouvi-la tocar. São melodias tão doces e angelicais que parecem recitadas por anjos"
Naquele dia, seu rosto estava tão perto que podia sentir o hálito quente do homem. Quase jurou que o beijaria se ele não fizesse questão de sussurrar-lhe bem perto do ouvido a promessa da outra noite
"Não se preocupe, não irei tocá-la sem que peça que lhe toque "
Sentiu seu corpo arrepiar e a respiração falhar, mesmo assim, não ousou dizer uma palavra, apenas tentou regular a respiração com os lábios entreabertos, quando os dedos delicados de Edward acariciaram seus lábios e a fizeram, por um momento, fechar os olhos e imaginar que os lábios dele a tocavam.
Porém, quando abriu seus olhos ele continuou
" É tão linda. Não consigo tirar a cor dos seus olhos dos meus pensamentos. Desde que a vi descer a escadaria pela primeira vez, azul passou a ser minha cor preferida, o mel indispensável para as refeições e, o cheiro adocicado da flore de jasmins meu aroma predileto"
As palavras mélicas vindas do homem sentado do seu lado a desnorteavam, a faziam arrepiar e soar frio, como se a terra se silenciasse e a lua no céu os contemplasse perplexa, por um tão perfeito momento.
Suas palavras eram tão meigas como se os anjos do amor recitassem para ela.
Edward estava tão acessível e recetivo a relação que a duquesa, finalmente, via que seu casamento não era tão ruim, e por momentos esqueceu-se de suas dúvidas quanto ao marido.
Para tirá-la de seus devaneios, Edward adentrou em seu quarto roubando-a um sorriso involuntário
- Bom dia, Duquesa - cumprimentou, ouvir o Duquesa de sua boca era o mesmo que ouvi-lo dizer "bom dia, querida esposa"
- Bom dia, querido Duque! - o homem arqueou a sobrancelha esquerda, surpreso.
Tivera ignorado tudo e focado apenas no "querido".
- Vim vê-la e despedir-me - o olhar curioso e lamentoso da mulher atingiu-lhe, o que lhe fez sorrir preguiçoso antes de continuar - é bom saber que sentirá minha falta. -As bochechas de Keira aqueceram com as palavras que lhe são dirigidas - mas, irei apenas à cidade e voltarei em breve.
Aproxima-se ainda mais e segura as mãos pequenas sobre as suas
- Não pretendo deixá-la sem a minha presença por muito tempo - beija o dorso nu da mão de Keira, que sente o contato dos lábios macios e húmidos do marido sobre á pele ruborizada - esteja pronta quando eu voltar, teremos um jantar no palácio
Seus olhos quase saíram de órbita, teria um jantar com o rei e ele a avisava tão em cima da hora, sequer teve tempo de ter um vestido novo com a costureira.
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A Duquesa
Historical FictionApós a misteriosa morte de General Ralf. Keira e sua mãe veem-se obrigadas a sobreviver por conta própria. Com suas dificuldades financeiras cada vez pior, lady Dayane, sua mãe, preocupada com a segurança da filha, anuncia seu casamento com Duque de...