Capítulo |11|

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O casal já se encontrava na porta de casa, Edward estranhou que sua esposa não tivera dito nada desde a saída do encontro. Parecia pensativa e ora ou outra a via morder o interior do lábio como se algo a incomodasse. Receoso de ter feito alguma estupidez, Edward, também se manteve calado até casa. Quando então ajudo-a a descer da carruagem a mesma apenas agradeceu e caminhou para dentro, sem olhar por mais de segundos em seu rosto.

Percebeu que o marido a seguiu em direção ao quarto quando virou-se com o objetivo de fechar a porta. Sem dizer nada, novamente, caminhou até a uma extremidade do quarto perto á cômoda e pousou o que outro ora tinha em mãos.

Insatisfeito dos olhos fujões da esposa Edward pôs-se atrás da Duquesa que virou-e de imediato após contingentemente colidir com seu corpo.

- Edwa.. - exclama, sua voz é interrompida por seu cérebro que forcejava processar a aproximação de seus corpos

- Diz-me o que de errado fiz para que eu possa me desculpar - pediu o homem, que fez Keira olhá-lo nos olhos preocupada - diz-me o que fiz eu para que sua voz já não ouvir - Edward estava tão perto que ela podia sentir o hálito do marido

- E-eu. Você... - afastou-se o mais depressa que pôde naquela aproximação, não conseguia formar uma frase coerente, sequer conseguia pensar direito - talvez eu tenha feito - rebateu após coçar discretamente a garganta

- Por favor, faça-me entender.

Pronta a exteriorizar os pensamentos e seus tormentos de dias, aproximou-se da janela e suspirou de frente para lua quando o duque então se aproximou

- Se não estiver pronta a contar-me irei respeitar se assim desejar - tranquilizou

Exatos 5 minutos se passaram, e Keira ainda não tivera dito uma palavra, ambos apreciavam a solitária lua que brilhava no seu, e refletia sua luz para duas almas perturbadas

- Olha como é linda e única, se põe durante o dia e retorna diferente toda noite sem cansar, como se nada a impedisse de alcançar sua melhor fase. - Recitou tais palavras com o rosto sereno sem desgrudar o olhar do luar

- É solitária! - discordou o duque, a seguir a alguns instantes de silêncio, a mulher então olhou para ele rápido e sorriu discretamente pois tivera dado a mesma resposta para seu pai.

Quando o mesmo respondeu-lhe

"Isso é o que a torna especial"

e logo voltou a olhar para lua

- Não, o ser humano é solitário porque vive na necessidade de satisfação capitalista e de amor real. Ela é linda porque é solitária, nada além dela mesma pode a destruir. É inalcançável... - antes que fizesse menção de terminar seu raciocínio uma peleja repentina de vento frio bateu sobre a janela de seu quarto o que a fez tremer de um jeito involuntário

- Está com frio? - conferiu o homem

- Não há de ser nada!

Quando o mesmo se afastava para pegar um cobertor a menina segurou de modo suave as magas de suas vestes e numa troca de olhar explícita entendeu seu pedido, o homem voltou a posição em que se encontrava quando a Duquesa direcionou sua mão em volta dos ombros pequenos e se permitiu encolher-se no meio abraço do marido

Edward ainda assimilava a iniciativa da esposa e abraçou-a de bom grado a prendendo em seu corpo.

Embora estivesse dentro do prazeroso abraço, ainda estava inquieta pelo que parcialmente ouviu seu marido dizer ao amigo, aquilo a deixava perturbada ao mesmo tempo que a tranquilizava

"Não o matei, Vicente! Você sabe..."

As palavras voltaram em sua mente como se sua consciência exigisse que contasse ao marido que o tivera ouvido quando jurou para o amigo que não ter relação com a morte de Ralph, de certa forma isso era tudo que precisava saber para que finalmente pudesse dar uma chance a Edward, a seu casamento. Nada a impedia, por outro lado, a frustrava, deixava-lhe sem nenhum suspeito sobre o ocorrido. E ela sabia que quanto mais tempo se passasse mais difícil seria descobrir a verdade.
No entanto, durante um tempo, como passe de mágica, sua mente se tranquilizou e seu coração deu lugar aos batimentos acelerados e mãos suadas devido ao lugar que se encontrava.

- Lamento ter que ser eu a estragar isso, adoro tê-la tão perto, mas é melhor que descanse - disse o homem que tão discretamente acariciava o braço da esposa com carinho

Com pesar, afastaram-se da janela dando um impulso na pequena alavanca que segurava as cortinas, fechando a janelas

Embora precisasse ir, suas mãos não se desatavam uma da outra como se ambos odiassem a ideia de ter que dormir separados, nem que por duas portas à direita, hoje essa distância parecia quilômetros amais e desnecessário. Ainda assim, o fizeram e a Duquesa caminhou até a cama e sentou sobre mesma, Edward a observou e então finalmente despediu-se.

|||||

Passará um tempo desde que Edward foi para o quarto ao lado, a mulher já tivera livrado do enorme e pesado vestido e tinha consigo apenas uma leve chamise. Deu exatas duas voltas pelo quarto como um leão enjaulado quando por fim parou com a mão sobre a maçaneta rendida ao impulso de abriu a porta.

O que ela não sabia é que Edward encontrava-se no mesmo estado de inquietude, tivera resistido a duas tentativas de bater a porta do quarto da esposa, o que talvez a fez desconfiar foi o facto de encontrá-lo no corredor fazendo seu caminho de volta

- Edward? - chamou-o num tom baixo que foi ouvido pelo silêncio da casa. O homem virou-se e a encarou - pode ficar aqui essa noite, s-se assim desejar - sua voz mal saiu, seu rosto ruborizou de vergonha, o duque mal compreenderia se não tivesse os olhos presos em seus lábios, por não estar tão distante apenas precisou de alguns passos para chegar a ela.

Do lado de dentro o casal compartilhava a cama que de tão enorme cada um podia estar numa extremidade e seus corpos não tocariam um no outro se eles assim o quisessem, o que não aconteceu. Edward deitou-se e esperou que Keira impusesse a distância entre eles quando a mesma se deitou foi em direção a seu peito onde apoiou a cabeça e pousou as mãos no forte abdômen do homem que a envolveu de volta, beijou o topo de sua cabeça quando fechou os olhos envolvido no aroma adocicado de jasmins que tinham os cabelos de Keira até ser embalado pelo sono.

Na posição em que estava, Keira podia ouvir os batimentos descoordenados do marido, olhou para cima e o percebeu dormindo levantou a cabeça e com os dedos leves contornou o rosto, ao seu ver, sempre sério do marido.

Em partes culpava-se por não ter confiado nele e dado uma chance ao seu casamento logo de primeira, mas agora que descobrirá que o marido não tinha nenhum envolvimento com a morte de seu pai talvez fosse altura de tentar outra vez. Parou os movimentos dos dedos que Edward ainda sentia por não estar no sono profundo e voltou a deitar em seu peito.

Nos braços de Edward ela apenas quis esquecer e dormir no aconchego confortável de seu novo companheiro de cama nem que por uma noite apenas.

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