Capítulo |5|

2.4K 267 158
                                    

— Como ousa me envergonhar de tal maneira? — Pergunta lady Dayane, que apesar de sua visível irritação manteve seu tom de voz imperturbado

— Mãe, não vejo nada de errado em querer ter comigo a única coisa que ainda resta do meu pai. — Respondeu-lhe Keira já aborrecida

— Minha prima — Camille, sua amiga e prima distante se aproximou delas com seu habitual sorriso indecifrável

— Camille — Sorriu feliz

Era bom olhar para Camille, sua prima a entendia exatamente como Ethan. Durante a adolescência foram a dupla execrável da família, até sua tia Carlota as separar alegando a mal influência de Keira sobre a filha, quando a mesma mostrou interesse romântico não correspondido por Ethan.

Desvencilhou-se dos braços de sua mãe e abraçou sua prima como salvação do início de uma nova briga com sua mãe

— Prima — Sussurrou Keira em meio ao abraço

— Não mereço tal receção? — Carlota, que até então Keira não tivera notado se pronuncia, Keira podia reconhecer aquela voz ainda que mil anos se passassem

— Tia... — cumprimentou a mulher com a leve vénia, afinal, não importava que a mulher não tivesse carácter algum, ainda era sua tia.

— Muitas felicidades! — Desejou a mulher com seu sorriso mais dócil como nunca antes tivera dado à filha de seu irmão

— Obrigada — agradeceu e voltou sua atenção para a prima, cujo a mesma amava como irmã.

— Faz tanto tempo que não a vejo! — Lamentou Keira, quando Camille por sua vez olhou para a mãe de soslaio sem saber o que responder, não podia dizer a prima que sua mãe a tivera proibido de as visitar devido sua condição financeira.

— Temos estado ocupadas, o papai tem tido tantos jantares de negócios para o acompanharmos

— Entendo — diz Keira, podia ver o desconforto de sua prima ao abortar o assunto, Camille estava diferente, mais crescida e aparentemente com mais maturidade, mas seu olhar era diferente, já não havia nele a cumplicidade que sempre tivera.

Lady Dayane e sua cunhada afastaram-se para que as meninas pudessem conversar, o que não durou muito pois a noiva precisava conversar com todos os outros convidados

Faltava alguma coisa, claro, o duque não estava por perto, se tivera afastado quando sua tia o carregou para longe dela, como se a evitasse e suas razões ainda lhe eram desconhecidas

Keira precisara subir um momento no seu quarto, alguma peça do vestido tivera soltado e pressionava violentamente sua pele. Pediu a Camille para que a acompanhasse. Seus passos eram apressados antes que algum convidado surgisse no meio do caminho e desse início a uma conversa, aí ela teria que sorrir e ignorar o desconforto da dor de seu corpo agredido pelo objeto até então desconhecido.

— Que deceção, filho! — A voz de lady Elizabeth ciciosa, aguça sua curiosidade — há diversas mulheres em Intropeda, foi logo escolher uma mulher de fora e pobre? Como foi se apaixonar por tal categoria? — Lamenta a mulher quase chorosa

— Não tem nada que ver com amor, tia. É uma obrigação minha. Eu fiz isso!

— Não é culpa sua se aquele homem morreu de tal maneira — Lhe olhou surpreso, afinal como a tia podia saber? — Traidores merecem mortes piores. Não olhes assim para mim que não se fala outra coisa em Mitch se não a traição do homem de confiança do rei — Suspira cansado, era cada vez mais difícil manter o segredo de Ralf, a ordem que tivera dado aos soldados para que o acontecido não fosse divulgado tivera sido ignorada

A Duquesa Onde histórias criam vida. Descubra agora