Quando amanheceu, antes mesmo que o sol surgisse e o nevoeiro desse lugar a luz, Edward já montava o cavalo a caminho de Mitch. Levava consigo três homens. O desígnio era chegar o quanto antes e desculpar-se, para tal fim o Duque evitou formalidades ao pegar apenas cavalos sem qualquer outro utensílio. Afinal, rapidez teria se assim fosse.
Durante o trajeto Edward se lembrava de cada palavra acusadora que direcionou a esposa, Keira não o perdoaria. Não depois das ofensas que proferiu contra si. O sol já nascia e seus raios fortes adentravam pelo manto de arvores que tinha pelo caminho, como pode deixar-se cegar por Louise? Suspirou fastio.
Quando por fim se avizinhava da propriedade dos Philips seu coração acelerou, as saudades misturadas com a euforia da agitação de certa forma deixavam o homem com os nervos a flor da pele, ela o receberia? Falaria com ele?
Antes que seu questionamento chegasse ao fim encontrava-se de frente a propriedade, saltou do animal entregado a cela a um dos homens que o acompanhava, tão logo adentrou foi acolhido por Lady Dayane e sua habitual cordialidade.— Vossa graça, seja bem-vindo.
— Lady Dayane, está linda como sempre —. Elogiou o homem após beijar o dorso da mão da sogra.
— Agradecida, faço o melhor que posso. A que devemos a sua visita?
— Precisava ver minha esposa se assim o posso fazer — Edward foi cuidadoso com as palavras não sabia até onde Dayane estaria informada sobre o ocorrido.
— Pressuposto que sim, faz semanas que não a vê, compreensível que esteja com saudades de sua esposa. Hei de mandar chamá-la. — Antes que a mulher se virasse para chamar a menina foi interrompida por Edward
— Não, por favor! Leva-me até ela. — Pediu.
Dayane assentiu, sabia exatamente onde a filha se encontrava, tem passado horas no covil área de treino de Ralph.
Dois dias após a chegada Keira tivera descoberto um lugar no qual depositar sua raiva e frustração. O covil de seu pai, uma pequena arena reservada para treinos, o chão bruto e pilares de madeira constituíam o lugar, sem esquecer das três fileiras de bancos onde quem quisesse assistir se podia sentar.
Ao aproximar-se Edward pôde avistar dois soldados em um forte duelo, com ataques precisos e habilidosos, se podia ver as defesas bem treinadas em cada ataque do adversário faziam-lhe lembrar de Ralph.
— Lá está ela — mostrou-lhe Dayane.
Um sorriso abismado formou-se no rosto do homem ao constatar que o segundo duelista era nada menos que sua esposa. Quando Dayane cogitou interromper o duelo foi impedida por Edward
— Por favor, deixe-os continuar — pediu —jamais pensei que Keira fosse tão boa com a espada. — Tinha os olhos petrificados em cada gesto da mulher, em cada bater e raspar de aço contra aço misturado com o farfalhar do jogo de pés dos duelistas até que Keira avançou como um borrão, porém, confiante em sua posição e tempo contra seu oponente.
O homem sorria abismado, ela era boa, tão boa quanto um guerreiro do exército, como nunca tivera visto esse seu lado?
Quando com agilidade a mulher se abaixou e derrubou o oponente com um chute nos pés o duelo encerrou-se. Edward aplaudiu com palmas rítmicas o que chamou atenção da mulher e o soldado que levantou-se retirando-se logo a seguir de lady Dayane.
— Meus parabéns, não sabia que era tão boa com a espada. — O olhou curiosa
— O que sabe o senhor sobre mim ?! — disse ríspida e o sorriso do homem se desfez.
— Eis um assunto que pretendo mudar — confessou.
— É tarde para mudanças vossa graça — caminhou até a área de descanso que ficava aí mesmo ao ar livre e começou a livrar-se da armadura enquanto conversava com o homem.
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A Duquesa
Historical FictionApós a misteriosa morte de General Ralf. Keira e sua mãe veem-se obrigadas a sobreviver por conta própria. Com suas dificuldades financeiras cada vez pior, lady Dayane, sua mãe, preocupada com a segurança da filha, anuncia seu casamento com Duque de...