Capítulo |22|

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Tivera passado dois dias desde o confronto com Keira, apesar de exausto da longa viagem, Edward, dirigia-se com Vicente para a cidade a seguir para vila dos comerciantes, tivera chegado o dia do festival regional de artes de Intropeda. Uma festividade com a duração de três dias em homenagem a sua mãe.

Montado em um cavalo com escoltas e Vicente ao seu lado em uma caravana, desfilavam pela cidade, era a oportunidade de interagir com o povo em especial os comerciantes.

Era uma das maiores se não a maior, festividade de Intropeda.

Um dos únicos dias em que a mesa dos nobres e dos comerciantes eram de igual modo fartas, não faltava uma grande variedade de peixes e carnes, quase sempre secas e salgadas para se conservar.

Algumas ainda eram cozidas com especiarias e temperos fortes, raros e exóticos, que vinham do Oriente.

O vinho era consumido em grande quantidade em quase toda a vila, e os habitantes do Norte também costumavam comparecer a cidade, era realmente um momento histórico em Intropeda que ocorria todos os anos.

Na cidade, aglomeravam-se e conviviam todos os tipos de pessoas e profissões: ricos, comerciantes, taberneiros, artesãos, padeiros, joalheiros, mendigos, pregadores, vendedores ambulantes, menestréis, etc.

Essas pessoas tinham acesso à literatura por meio de artistas que se apresentavam em público para ler e contar histórias, declamar poesias ou cantar e encenar espetáculos de teatro nas praças, e ruas das aldeias e cidades durante o festival.

A demanda de visitantes era tão alta que passavam pelos portões da cidade sem que suas cargas fossem devidamente averiguadas.

— Lorde Edmund, seja bem-vindo, é um prazer tê-lo em nossa cidade. Lady Amélia — Cumprimentou Edward, enquanto caminhava pelas exposições.

— Amelia, não perderia a maior festividade de Intropeda, prepara-se para isso há meses.

— Sua esposa o acompanha? — A mulher olhou para os lados procurando a Duquesa — esperei vê-la em seu primeiro ano em Intropeda. — Edward sentiu como se pressionassem a ferida que aos poucos sangrava.

— É de lamentar que não, a Duquesa precisou passar uma temporada com a mãe em Mitch — respondeu o homem.

— Oh. Teremos um herdeiro a caminho? — Continuou a mulher. Edward sorriu forçado era a terceira pessoa com quem falava e sugeria a vinda de um herdeiro.

— Logo se vê. Espero que se estejam a divertir. Com licença — o homem assentiu e despediu-se do casal.

Apesar do recente assunto o estressar Edward continuou sua caminhada e interação com os comerciantes e aldeões da vila.

— Percebeu que todos esperam um herdeiro? Eh meu amigo, parece que seu charme não é mais suficiente para entreter as damas — provocou Vicente diante a inquietação do amigo.

— Não me diga — deu de ombros.

No meio das conversas descontraídas, insultos de Vicente e acenos para a multidão.

Edward sentiu as três fortes pontadas no peito seguido dos gritos tumultuados de todos a volta. Antes que seu corpo tivesse contato com o chão foi amparado por Vicente que o chamava pelo nome.

— Edward... amigo. ENCOTREM O HOMEM.

— O Duque foi atacado.

— O Duque está morto.

Os gritos desesperados e precipitados eram ouvidos por toda a praça. Edward ensanguentado agoniava nos braços do amigo com três flechas cravadas em seu peito.

— Aguente firme amigo — repetia Vicente.

Os homens corriam na procura do arqueiro, o que era quase uma missão impossível pelo tanto de gente em volta aos gritos.

Vicente e alguns homens levavam Edward para casa para ser socorrido

— Edward? — gritou Elizabeth ao ver o sobrinho sobre os braços dos homens que o carregavam. — Edward, o que aconteceu com ele?

— CHAMEM O MÉDICO — gritou Vicente para as mulheres.

Elizabeth correu para junto do sobrinho na cama de seu quarto que desacordado ainda tinha os pedaços de madeira cravados no peito que mostravam as flechas partidas.

— Quem fez isso? Edward, meu querido. — Elizabeth gritava desesperada com lágrimas em seu rosto.

Quando por fim o médico chegou com mais um homem, Vicente desceu às pressas ainda com sangue do amigo nas roupas e mãos.

— Vocês, protejam a casa, ninguém além do médico atravessa essa porta. Vocês voltem a vila dos comerciantes e acalmem as pessoas e vocês vêm comigo — distribuí o homem.

Vicente temia que o ataque do amigo fosse apenas o início de algo grande. Apreensivo dirigiu-se aos portões principais e lá estava o caos de que temia, os homens que os guardavam cavalgavam para o interior da cidade com homens feridos.

— Qual é a situação dos portões? — Vendo o tumulto de homens feridos, gritou Vicente ainda sobre o cavalo.

— Os frontais foram tomados, um exército acampa sobre eles, Senhor. — Relatou um dos homens fazendo Vicente amaldiçoar o acontecido.

Diante a visível perda que sofriam não restou outra opção se não retroceder para então saber em que ponto estão.

— RECUAR — rugiu — montem uma barreira na aldeia a seguir, não permitam que cheguem ao interior da cidade.

De volta ao castelo diversas tendas foram montadas nas proximidades, tiveram perdido vinte e dois homens e o comando dos portões principais, sem os portões traseiros estariam presos em Intropeda, ainda assim não sabiam o que os esperava do outro lado dos portões traseiros já que depois deles tinha Siro o atual território do Barão.

No entanto, era seu único meio de passagem para que seu mensageiro levasse a informação que Intropeda estava sob ataque às forças aliadas de Mitch.

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