Capítulo Quatorze - Revelações

176 20 5
                                    

Quanto mais Sana pensava, mais difícil ficava. Era novata em seu trabalho, tinha passado parte da vida estudando para obter o que diziam ser um "talento". A pressão que tinha era e enorme e, no meio da noite, vários pacientes simplesmente desapareciam. O turno da noite era composto por alguns enfermeiros e ninguém dizia ter visto algo. Agradecia aos céus por só trabalhar de manhã.

Sem Tzuyu ao seu lado, sem sua mãe, sem seu pai e sem tanta confiança na Jihyo tudo tinha ficado um pouco mais difícil.

Saiu de seus pensamentos quando ouviu a porta batendo, se levantou de sua cama. Era meio tarde, oito da noite. E, pra melhorar, estava nevando consideravelmente.

Abriu a porta, vendo Dahyun, novamente. Aquilo estava ficando estranho, Kim não era tão próxima de Sana. Na verdade era a mais quieta do grupo, perdia apenas para Tzuyu. 

Dizendo assim, Dahyun não era lá a pessoa mais sociável de maneira geral. Não era social e muito menos amigável do jeito que estava. Pensou que era dó, pena ou que estava novamente passando mal. Mas não parecia, não daquela vez.

- Dahyun?

- Hey, Sana. Posso entrar? Está meio frio aqui fora. Mais do que antes.

- Meu Deus, entra logo! - Sana puxou Dahyun para dentro de sua casa. Passou a mão no cabelo na mesma, depois em seu casaco. - Você é louca de sair essa hora? Está nevando!

- É que eu preciso contar uma coisa pra alguém. Preciso conversar. Sozinha em casa eu iria surtar.

- Então deve ser algo sério, você vim logo em mim pra falar... - Sana sentou em sua cama, Dahyun sentou aonde era a cama de Tzuyu. - O que aconteceu?

- Você viu que abriu novas vagas no grupo de exploração?

- Sim... bom, eles tem que fechar o grupo novamente. Com tanta gente que ficou ferida, desaparecida, morta ou traumatizada...

- É que... eu me inscrevi.

- Que?! Você... é sério?! Eu pensei que gostasse do grupo da distribuição.

- Lá é legal, e tudo mais. Só que... - Dahyun suspirou, apertando suas próprias mãos. - Eu preciso achar a Chaeyoung e...

- E?

- E algo dentro de mim fala que a Tzuyu não está morta. Ela está viva, Sana e eu quero achá-la. - Minatozaki arregalou os olhos, Dahyun se levantou, indo até a mesma. Se ajoelhou em sua frente, segurou suas mãos e olhou em seus olhos. - Eu sei que parece improvável. Mas, assim como a Chaeyoung, eu sei que a Tzuyu está viva e bem. Sei que antes parecia que eu estava falando pra te deixar bem, mas é a verdade, a mais total verdade!

- Não, Dahyun, você não tem como saber! - Sana sentiu sua respiração ficar ofegante. Era um pânico toda vez que pensava em alguma possibilidade. - Essa possibilidade é improvável.

- Tem sim! Sana, para de chorar e presta atenção em mim! - Dahyun segurou o rosto de Sana. - Ela está viva, eu sei disso! Ou pelo menos, parece estar!

- Como você pode saber?!

- Porque... ela queria sair daqui. Eu vi ela indo em direção aquela casa que ela ficava. 

- O que tem?

- Não estava bagunçada, não tinha sinal de briga. Você sabe que qualquer pessoa que demonstrasse um nível de desconfiança a Tzuyu partiria pra agressão, principalmente se ela estivesse sozinha. Se estava tudo certo, isso quer dizer que ela saiu porque quis, não porque foi forçada.

- Eu sei que ela saiu porque quis... meu medo não é sobre isso. - Sana se levantou da cama, Dahyun acompanhou. - Podem ter enganado ela no caminho! O sinal do relógio dela não funciona mais. Ela não tiraria isso por vontade própria.

Come with me - SATZUOnde histórias criam vida. Descubra agora