Capítulo vinte e seis - Olho bem aberto

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Sana acordou com um susto. Sua porta estava sendo batida com força logo de manhã. Tinha conseguido dormir depois de encher a cara consideravelmente.

- Quebra não, porra! Já vou!

Minatozaki se levantou, andando com dificuldade até a porta. Abriu, vendo Dahyun com uma cara não muito boa.

- Que cara de raiva é essa?

- Vem ca. - Dahyun puxou Sana pela blusa, cheirou seu pescoço, olhando revoltada pra mesma.

- Que porra que todo mundo ta me cheirando hoje?! - Sana empurrou Dahyun levemente - É um bando de cachorro!

- Você encheu sua cara de novo, Sana?!

- Enche não, Kim Dahyun. To morrendo de dor de cabeça. - Sana deu as costas, se sentando na cadeira na frente de sua mesa. A coreana entrou na casa, fechando a porta. - Que é que você quer?

- Eu vi você saindo da sala do Jo Kwon hoje de manhã. - Sana suspirou, enchendo seu copo com o resto de soju que tinha. - Você pegou três garrafas. Você bebeu muito, eu consigo sentir o cheiro de todos os lugares.

- Duas. Uma eu já estava desde a madrugada.

- O que está acontecendo com você, Sana?

Sana riu de nervoso, virando o copo.

- A Tzuyu tinha razão. - Minatozaki se virou pra Dahyun. - Eu chamei ela de louca, falei que estava imaginando coisas. Mas ela tinha razão...

- Do que está falando?

- Eles matam as pessoas, sem estarem com sintomas ou se transformando. Eles matam porque as colocam como inúteis...

- Que...? - Dahyun puxou uma cadeira, sentando na frente de Sana. - Como assim?

- Você não sabia? Não era a melhor amiga dela depois de mim?

- Não é assim, já disse, ela não confiava em mim igual eu confio nela. Eu sabia, mas não sabia que era desse jeito... - Kim apertou seus dedos. - Ela nunca falava comigo sobre isso, não sei se pra me proteger ou com medo de eu não acreditar. Mas me diz, o que aconteceu?

- Hoje de madrugada, Jo Kwon veio conversar comigo. Ele estava com dois soldados do lado dele. - Sana explicava, enquanto circulava a borda do copo com seu dedo. - Os quartos do andar debaixo estavam cheios, todo mundo dormindo. Eu ouvi nada... apenas fiquei conversando com ele.

- E como foi?

- Foi apenas uma conversa normal. Nada demais.

- E depois?

- Os soldados entraram na sala falando que tinham acabado a verificação. Quando eles foram, fui ver se todos ainda estavam lá. Mas faltava um. Faltava um... - Sana encheu o copo mais uma vez, ela sentia um certo desespero a cada vez que enchia aquele objeto. - Eu entrei no quarto, achei uma faca ensanguentada debaixo da cama.

- Sana... sinto muito...

- Era o Sungchan. Ele estava internado com pneumonia leve. Era nada demais, ele ia sair em breve. Mas mataram ele e eu não percebi... eu deixei. Fiquei conversando com o Jo Kwon como se fosse algo normal ele estar lá.

- Você não deixou! A culpa não é sua!

- Quando eu percebi, fui na minha mãe. Ela confessou tudo. Tudo que Tzuyu tinha me falado não era uma alucinação dela, era verdade. Ela realmente viu alguém sendo morto com onze anos. E eu não acreditei...

- Era difícil acreditar, a gente pensa que estar aqui é pra nossa proteção, então não é fácil acreditar nisso. Até eu achava que era uma loucura...

Come with me - SATZUOnde histórias criam vida. Descubra agora