Você está saindo da minha vida
E parece que vai demorar
Se não souber voltar, ao menos mande noticia.
Cê acha que sou louca
Mas tudo vai se encaixar.
Pitty - Na sua estante
O anjo havia me explicado que tudo bem, eu não precisava me preocupar. Eu tinha caído, porém, ele me pegou a tempo. Sem arranhões, sem feridas, completamente inteira. Mas a imagem daquelas asas imponentes, frequentavam minha mente varias vezes no dia.
Soobin assumiu relacionamento sério com Mina, e me disse que se um dia fossem se casar, eu seria sua madrinha. Eu tive vontade de dar na sua cara, mas fingi plenitude.
Eu conheci o Soobin a 5 anos atrás. Foi amor a primeira vista, suas covinhas profundas me chamaram a atenção logo de cara. Apesar de eu ter tentado, eu não consegui reverter a situação, obviamente. Eu me sentia uma criminosa que tentava roubar o seu coração a cada 10 minutos com cantadas baratas. Porém eu não me importava em se chamada de bandida, quando o assunto era Choi Soobin.
Naquele dia eu tinha pedido para que Jin, me levasse para dar uma volta no céu.
Sim, o céu era esbelto. E eu queria ficar ali. Ser aninhada pelas nuvens não parecia ser uma má ideia, muito pelo contrario, ali naquele lugar, eu tive certeza que era capaz de esquecer as esposas, o desemprego, as dores e principalmente Soobin. Esse era o mais importante.
Talvez a presença de Jin realmente me proporcionasse algo bom. O céu.
Inspirei o ar gelado da noite e me senti feliz. Mas rápido demais, o anjo bateu suas asas e me senti cada vez mais próxima do chão. Isso não era bom. Me agarrei ao Jin sentindo o desespero tomar conta de meu ser. Eu não queria descer ainda, não estava preparada.
Eu me sentia melhor ali, mesmo que as estrelas ainda ficasse a quilômetros de distancia e eu só visse pequenos pontos prateados. Ainda sim, eu me sentia tão próxima a elas.
- Não, ainda não - minha voz saiu numa espécie de sussurro desesperado.
- O céu está se fechando, está próximo de chover. - Jin procura meus olhos e rir do meu desespero. - Está tudo bem, podemos voltar outra vez.
Eu não conseguia rir daquela situação. Porém, tão claro como a água, era perceptível como tudo aquilo era normal pra ele. Mas de uma forma estranha, as palavras de Jin soavam como analgésicos na minha alma.
Igualmente, os braços do meu anjo era tão confortáveis que eu me sentia livre para dormir até mesmo ali e só acordar no outro dia, sem me preocupar.
Ele batia suas asas lentamente, enquanto me levava de volta para segurança de minha casa. Jin me ajeita melhor em seu peito - sem me deixar cair dessa vez - e a imagem de um céu nublado é a última coisa que eu vejo antes de pegar no sono.
Normal, tudo que eu fazia agora era dormir, não tinha porque passar muito tempo acordada, a não ser, as horas que eu tinha que ficar procurando emprego. Fora isso, não valia a pena.
Eu já tinha começado a mexer no dinheiro da poupança, e me torturava freneticamente olhando as fotos e storys de Soobin e a namorada, imaginando o quanto deveria ser eu ali. Ele não questionou o porque de eu não aparecer mais no trabalho, e eu nem lembro mais quando vi ele a última vez. Eu nem sei quantos dias passaram desde a última vez que esbarrei nele e a Mina.
Jin fazia seu melhor, contando piadas sem graça, e fazia questão de dizer que tudo ia mudar. Eu não sabia quando mas estava começando a me cansar. Esperar não era meu forte.
- Jin, você já se apaixonou? - questionei naquele dia ao acordar. Eu estava cansada de procurar emprego, e meu anjo achou que cozinhar pra mim seria a solução de todos os meus problemas. Não recusei.
Em outro momento eu teria percebido que o silêncio de Jin durou tempo demais. Mas eu estava muito preocupada comigo mesma, para perceber tal coisa.
- Anjos não se apaixonam. - disse por fim.
Franzi a testa, mas não questionei. Em vez disso soltei um suspiro alto e me afundei na poltrona.
- Está pronto. - anunciou. Levanto os olhos para visualizar Jin colocando o café na mesa. O cheiro fez minha barriga roncar.
Ele estava com uma blusa rosa e parecia totalmente adaptado ao meu apartamento. Era reconfortante saber que Jin estava ali em um momento que eu não tinha mais ninguém.
Mas se eu achava que as coisas não poderiam piorar, eu estava terrivelmente enganada. Minha campainha toca, e quando eu abro a porta eu não sabia se ria ou se chorava. Os dois não seriam de felicidade.
Mamãe estava com um sorriso de orelha a orelha, e eu tentei parecer o mais feliz possível para não magoa-la. Não é que eu não esteja feliz em vê-la, mas não seria fácil explicar que sua querida filhinha estava indo de mal a pior. E era isso.
- Já que você não vai me visitar, eu mesma vim até aqui! - Mamãe segurava uma enorme mala, que mostrava visivelmente que ela não veio apenas apenas uns dias.
- Mamãe. - senti minha voz embargada. A verdade é que eu morria de saudades dela, mas sentia vergonha de como eu estava naquele momento, e não era justo. Principalmente com ela.
Sentamos uma do lado da outra, no meu pequeno sofá. Mamãe parecia feliz com tudo.
- Me conte as novidades! - falou alegremente.
Eu queria contas todas as novidades que minha mãe gostaria de ouvir, mas não tinha nenhuma.
- Na verdade, eu estou desempregada. - dou um meio sorriso.
- Omo! Você está bem? Está precisando de algo? - sua mão toca meu rosto. Sentir seu toque me deixava de alguma forma aliviada.
Passo os olhos pela sala e vejo Jin tranquilamente nos olhando.
- Está tudo bem. Eu tenho algum dinheiro guardado, então não está me faltando nada. - asseguro. - E a senhora, como está?
- A minha querida, eu não sei se posso lhe pedir tal coisa, depois do que você acabou de me contar.
Me mexo sentindo o desconforto subir pelo meu corpo.
- A senhora pode pedir, não tem problema. - dou palminhas nervosa na sua mão. Eu mesma tinha medo daquelas palavras.
- Eu estou me separando mais uma vez, eu queria saber se podia ficar aqui por um tempo enquanto me ajeito.
Senti meu estômago revirar. Eu não ia conseguir sustentar mais uma pessoa. Só o Jin comia por dois e eu não estava podendo gastar.
O anjo me olha e acena com a cabeça, demonstrando apoio. Mal sabia ele, o quanto me deixava zangada por comer toda a minha comida.
- Na verdade eu sei. - sussurra o anjo.
Sinto meus pelos eriçarem com a ideia de que o anjo poderia ler meus pensamentos. Era loucura!
- E então, o que você acha? - pergunta alegremente. - Eu sei que você está desempregada, mas logo você consegue outro. E podemos passar um tempo juntas!
Sim. Claro. Yup!
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Angel of Mercy
Fanfiction"Song Ji Eun tinha interesse em muitos caras, mas nenhum deles é quem ela queria de verdade. Seu sonho? Era que um dia Soobin prestasse atenção nela, como ela gostaria, porém ela não imaginava que algo totalmente inusitado acontecesse: Um anjo apare...