Chapter 2

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   Aqui estava eu, mais uma vez, sentada de frente a um homem que eu tinha conhecido no supermercado, ainda hoje. Tive que fugir de Soobin, usando uma desculpa fajuta, para fugir de seu olhar.

   Já o bendito cujo, que se alto proclamava como um anjo, me seguiu o dia todo, me lembrando constantemente, como eu era incrivelmente ridícula, por escolher a opção de estar ali. Naquele momento, com aquele homem, que eu nem mesmo sabia o nome. E pra minha infelicidade, apenas eu o via.

   - Eu não acredito que você vai fazer isso, mesmo depois de levar uma surra. - Ele falava isso, sei lá, pela milésima vez. Como se fosse um maldito gravador.

   E eu, por minha voz, suspirava alto, e tentava ao máximo não perder a paciência, e parecer louca na frente de todos.

   - Há um motel aqui perto, você gostaria de ir lá? - O homem a minha frente chama a minha atenção.

   - Oh, eu adoraria! - Sorrio.

   O homem sorri como se fosse um vitorioso, e eu não posso deixar de sentir pena dele.

   Nos levantamos, e eu estava pronta pra entrar em seu carro, quando uma mão me segura. E eu juro, que estava pronta pra surtar, com aquele homem, seja lá quem ele fosse, que se dizia anjo. Mas ao virar na direção da pessoa, fico surpresa, ao ver Soobin e sua expressão nada agradável.

   - Ela está acompanhada hoje, me desculpe! - Dito isso, ele me puxa, me levando pra direção contrária da minha vítima.

   - Não, pare, esper...- Tento me soltar, mas seu aperto é forte.

   Depois de sumirmos da visão do rapaz, Soobin para e solta a minha mão, mas não me olha.

   - O que você está fazendo? - Puxo o ar gelado para os meus pulmões.

   - O que você está fazendo? - Ele aponta um dedo pra mim. - Estou tão cansado das suas travessuras Jieun! Você tá querendo morrer agora? Ser espancada não foi o suficiente?

   - Minha vida não é algo que você deva se preocupar. - Digo baixinho, com um tom de voz quase inaudível. Eu sabia que não era justo falar com Bin dessa forma, mas eu queria parecer que nada me incomodava e que eu claramente era dona de mim mesma.

   - Realmente! Eu deveria apenas deixar pra lá. Você teve a coragem de fugir de mim, porque sabia que eu não iria compactuar com esses seus atos. - Soobin se aproxima perigosamente. 

   Ele estava realmente próximo, tanto que eu conseguia sentir sua respiração no meu rosto. Seu perfume inebriante invadindo minhas narinas, e suas covinhas dando o ar da graça, vez ou outra enquanto Soobin falava, me fez entrar em um estado de torpor. E meus olhos passam por todo o rosto de Soobin e eu não consigo evitar, de acha-lo lindo.

   Em uma atitude impensada, ergo meu corpo, me colocando na ponta dos pés, e colo meus lábios com o dele. Soobin fica estático, e eu me afasto vagarosamente, enquanto encaro seus olhos surpresos.

   - Bin, eu gosto de você! - Sussurro.

   - Jieun... Somos amigos... - Responde, com uma voz tão baixa quanto a minha.

   Sim, pra minha infelicidade - ou não - nós éramos amigos, e não importava o que eu faria dali em diante, nada mudaria esse fato, e eu detestava isso! E eu me detestava mais ainda, por achar que em algum dia, Soobin aceitaria meus sentimentos.

   - Sim, somos... - Sorrio sem graça, abaixando a cabeça logo em seguida.

   - Eu... vou acompanhar você até em casa. - Ele diz por fim.

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