10. APENAS VIZINHOS

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Eu não acredito que disse o que disse para Lucas Durkheim e muito menos que ele levou tudo como uma provocação para fazer o oposto do que eu queria

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Eu não acredito que disse o que disse para Lucas Durkheim e muito menos que ele levou tudo como uma provocação para fazer o oposto do que eu queria.

Ou do que eu disse a mim mesma que queria.

A ideia de me aproximar dos vizinhos foi tentadora e por isso soltei no ar a ideia de sermos amigos, mas, quando Amelia falou que partiria e que os rapazes não pretendiam ficar mais do que o verão na casa ao lado, acordei para a vida real.

Eu vou me magoar.

Sei que hoje em dia a tecnologia é avançada o suficiente para pessoas do lado leste de Orion se comunicarem tranquila e diariamente com pessoas do lado oeste, mas não há tecnologia que supere o contato físico do dia-a-dia. Quando eles se forem, voltarão para a vida agitada, conhecerão pessoas mais interessantes e me esquecerão enquanto permaneço na boa e velha zona de conforto de Burke Hills.

Provavelmente estou sendo dramática por pensar assim, mas já assisti partidas demais e não me importo.

"Então... Não precisava, mas obrigada por ter cruzado a calçada para me acompanhar até em casa", não contenho o comentário quando paramos em frente ao portão da minha residência, apesar da minha cabeça estar às voltas com a conversa constrangedora que acabamos de ter.

Francamente, não tenho ideia de como continuei falando calmamente enquanto por dentro só queria correr e enfiar a cara em um buraco.

"Não foi nada", Lucas responde.

Ele ainda está segurando a garrafa do vinho que vale o salário do meu pai e penso em algo engraçadinho para falar sobre isso e nos despedirmos sem tanto constrangimento, mas todo e qualquer comentário desaparece da minha mente quando o carro do meu pai surge na rua. Por algum motivo que eu me recuso a pensar muito a respeito, isso me deixa nervosa.

"Então tchau!".

Aperto o botão do interfone para que Lucy abra o portão e me deixe entrar em tempo recorde, ao mesmo tempo em que imploro para Lucas entender o recado e ir para sua casa, mas ele só fica me olhando com óbvia confusão.

"Você está bem?" Ele pergunta.

Eu não o respondo, porque minha mente está focada em se perguntar onde Lucy se enfiou para demorar tanto a abrir o portão. Quando o clique de destrave finalmente soa, é tarde demais.

"Nina?" A voz do meu pai me faz querer bater com a testa no portão antes de me virar para olhar para ele.

"Oi, pai".

Simon Osborne ainda está dentro de seu carro, olhando de mim para Lucas com um franzir de sobrancelhas que demonstra o interesse que eu adoraria que ele não tivesse.

"Quem é o rapaz?" Papai fala em voz alta a pergunta que as suas feições já fizeram.

Penso em responder que é o vizinho e impor certo distanciamento, mas, antes que possa, Lucas já toma a dianteira:

SOBRE UM LORDE E SEU PRIMEIRO AMOR [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora