37. ADEUS, ATÉ LOGO

109 21 6
                                    



O dia que eu mais temi que chegasse se inicia com Samantha me dando um belo chute que me empurra para fora da cama, levando-me a um encontro certeiro com o chão e a um despertar abrupto

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

O dia que eu mais temi que chegasse se inicia com Samantha me dando um belo chute que me empurra para fora da cama, levando-me a um encontro certeiro com o chão e a um despertar abrupto.

"SAMANTHA!" Meu grito não soa tão potente quanto eu gostaria, porque, afinal de contas, acabei de acordar. Porém, é potente o bastante para que minha irmã desperte.

"O quê? Teve um pesadelo de novo?" Ela questiona, grogue, e acho que procura por mim na cama, mas, como não encontra, pergunta em tom de alerta: "Nina?".

"No chão, para onde você me chutou".

Como caí de bruços, tento rolar de modo a poder olhar para cima, onde encontro os olhos arregalados de Samantha. Ela franze o rosto em uma careta de culpa.

"Em minha defesa, eu tive um pesadelo. Falei que era má ideia a gente assistir a todos os filmes daquele boneco horroroso".

"Eu precisava de um entretenimento barato para não chorar e achei que Chucky fosse ser esse entretenimento".

"Mas você ainda conseguiu chorar".

"Tinha como não chorar com a Tiffany e o Chucky aceitando a criança ser quem queria ser?".

"Se a gente ignorar que eles estavam discutindo como cometeriam um homicídio pouco antes disso...", Samantha responde.

Devo apreciar como minha irmã mais velha sabe exatamente o que dizer para me fazer sentir patética? A cena realmente era bem mais cômica do que triste e eu, definitivamente, não estava chorando pelo Chucky e a Tiffany serem pais que fazem o mínimo. Eu estava chorando porque...

"Ah, não, não vai começar de novo tão cedo", Samantha intercepta meus pensamentos, provavelmente porque meus olhos acabam se enchendo de água, o que me entrega. "Vem cá, vou te dar uma mãozinha".

Sam consegue me ajudar a voltar para a cama, onde me sento enquanto ela fica de pé e me olha com cara de por-favor-não-chore-porque-eu-não-sei-o-que-fazer.

"Eu não vou chorar", afirmo, mesmo que não esteja 100% certa disso.

Depois que Lucas e eu voltamos para Burke Hills como namorados oficiais, a ideia da despedida se tornou um incômodo que não consegui apenas ignorar e, aos poucos, isso foi começando a me causar angústia. Não é por falta de fé em Lucas e em mim, de que nós não vamos conseguir lidar com a distância. A questão é que eu apenas gostaria que as coisas fossem um pouco mais simples sobre esse relacionamento, que mal começou e já passou por tanta coisa.

"Que tal você tomar um banho?" Samantha sugere. "Eu vou fazer o mesmo e então a gente se encontra na mesa de café da manhã com a Lucy, os pombinhos e o capetinha".

"Pare de chamar o Stuart de capetinha", a repreendo.

"Não depois que ele me deixou com esse corte de cabelo horroroso, porque colou chiclete em mim", Sam aponta para a própria cabeça, que agora esbanja um corte quase joãozinho de tão curto.

SOBRE UM LORDE E SEU PRIMEIRO AMOR [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora