[Este é o quinto livro sobre a realeza de Orion, mas pode ser lido e entendido separadamente dos quatro volumes anteriores]
Uma organização antimonárquica surge em Orion e faz com que alguns dos membros da realeza oriana tenham de se esconder e vive...
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Lucas não demora a aparecer depois que encerramos a chamada. Ele surge ofegante por ter praticamente corrido até aqui, e então abre o portão e se junta a mim na calçada.
"Onde é o chá da tarde?" Ele pergunta, indicando a roupa que uso e que tenho noção de que não foram feitas para serem usadas em um encontro casual na rua. Trata-se de uma calça de corte social cinza, uma camisa branca de botões e um colete de tricô lilás.
"Ou o festival universitário", retruco, notando o quão bagunçado ele está em contraste comigo. "O que houve com você?"
Com a convivência, eu rapidamente entendi que, das duas, uma: ou Lucas se vestir feito um punk faz parte da sua tentativa de se esconder ou então toda a imagem elegante dele nas fotos que circulam na internet é que são a mentira. De qualquer forma, hoje ele está mais desleixado que o normal com uma camisa branca lisa, jeans preto repleto de rasgos e um all star que já deve ter visto dias melhores. Sem falar no cabelo, bagunçado para todas as direções possíveis.
"Como assim?" Lucas olha para si mesmo, mas não parece enxergar qualquer problema. Talvez porque não exista um, de fato. Às vezes eu até o acho mais bonito e acessível quando vestido assim.
"Nada. É só que parece que você acabou de acordar após uma longa noite de festa", levo uma mão até seu cabelo para tentar arrumá-lo e, durante o processo, busco ignorar as batidas descompassadas em meu peito por Lucas me encarar com olhos arregalados no processo.
Quando afasto a mão, é como se tivesse ultrapassado a linha invisível da zona da amizade para algo perigoso. Tanto Lucas quanto eu ficamos sem graça, o que, obviamente, me faz se arrepender de ter sido tão impulsiva. Enquanto me ocupo de ficar vermelha, ele pigarra e olha pro chão.
"Então...", começa. "Para onde vamos, se estamos limitados pelos nossos pés?".
"Com você perguntando, parece até que sou eu quem está o sequestrando", noto.
"De certa forma, é. Não conheço nada em Burke Hills, então...".
"Vamos ao parque", decido no improviso, porque, assim como tudo o que fiz depois que abandonei o jantar, o tal sequestro também não foi planejado. "Fica na rua de cima. Não vamos demorar".
"Tudo bem, desde que saiamos agora e ninguém me veja fugindo. Foi difícil driblar o Henry, a Matilda e todos os outros".
Fico curiosa sobre quem seria "todos os outros", mas guardo a minha curiosidade. Deduzo que é algo a ver com seu "segredo".
"Tudo bem", concordo. "Vamos".
XxX
O parque é um amplo espaço arborizado, dividido por uma trilha circular de calçamento cinza. No lado norte, fica um gramado extenso que já foi mais verde e no lado sul fica um parquinho infantil, que é onde Lucas e eu findamos por ser o lado mais próximo e haver balanços onde nos sentamos e esticamos as pernas.